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Se não vigiarmos o presente, eles matarão o futuro para sempre!

Por Rodrigo Santos

Se não vigiarmos o presente, eles matarão o futuro para sempre!

Estamos diante do cenário mais perigoso, na centenária história do Esporte Clube Vitória. 

 

No fundo, qualquer pessoa de bom senso sabia, inclusive "o próprio", que a proposta vencedora nas últimas eleições - juridicamente discutível - no clube, não tinha projeto ou futuro. "Entrou", ao que tudo indica, pelo senso de oportunidade e instinto de sobrevivência, aproveitando-se, da ingenuidade de uns, oportunismo de outros, e justa revolta de muitos. No fundo, parece que o atual mandatário, além de algoz de si e do clube, também é "vítima" e instrumento nas mãos de outros tantos. 

 

Imagina-se que a “Ideia do Jogo” era faturar algum, em salários e penduricalhos, garantir uma "aposentadoria tranquila", algumas vinganças pessoais e a "passagem de bastão" para carreiristas, políticos ou não, com muita ganância e poucos limites/preparo, infelizmente.  Só não contavam com um fiasco tão estrondoso, logo na largada, em uma pífia série B de 2019, repetido com requintes de crueldade na fraquíssima segunda divisão em2020, além das eliminações no Campeonato do Nordeste, Copa do Brasil e fracasso histórico na primeira fase do “Baianinho”.

 

Isso, sem contar a nítida ausência de critério e planejamento, nas mais de cinquenta contratações, quase todas reprovadas, na troca de seis técnicos e no aumento desproporcional do, já descontrolado, passivo rubro-negro.  Tudo isso somado a "zero projeto real" para alavancar receitas exponencialmente, aumentar o quadro de sócios - que só despenca - ou fomentar nossa política de base, envolta em um verdadeiro desmanche, no mínimo, estranho. Temos, enfim, uma típica (indi)gestão que só existe noWhatsApp, no Power Point e na terceirização do próprio fracasso, inclusive com muitos “gêmeos siameses da destruição”, já tentando se descolar do presidente, como se fosse possível.

 

Ninguém é eleito para dar desculpas! Erros do passado, devem ser punidos pelas urnas e, em caso de dolo, pela justiça.  Mas, nunca podem servir de desculpa para a incompetência, inoperância e falta de transparência do presente. Já pensou se estivéssemos, sem nenhum merecimento, pelo menos, no obrigatório e previsível G4, desta horrenda segunda divisão?

 

Quem questionaria a tal mudança estatutária, que tornará a alternância de poder, quase, impossível, ao que tudo indica, além da resistência em se dar vez e voz a uma Assembleia Geral de Sócios?

 

Quem seria contra o modelo de "clube empresa", que apesar de "melodioso aos ouvidos mal treinados", traz em si, pelo menos no Vitória de hoje, um claro propósito controverso, quanto ao comprometimento de ativos grandiosos "limpinhos", jogando a falência que se avizinha, nas costas da, já combalida, "Associação ECV", seja por culpa ou por dolo? 

 

Quem seria contra a "mega Arena Barradão", ou a "Academia dos Amigos", já alardeadas, arevelia dos conselhos do clube, independente das inúmeras lacunas técnicas e jurídicas? 

 

Porém, infelizmente ou felizmente, os resultados horrorosos descortinaram a ausência de gestão e rumo, muito mais cedo do que se poderia supor, gerando um derretimento de capital político "a jato", como jamais visto na história do clube. E, diante disto, nota-se o desespero de alguns "cardeais" em acelerar "seus planos", o mais rápido possível, ainda que atropelando todo e qualquer pudor ou pendor institucional. 

 

É tentar aparelhar 6 anos em 6 meses, pois "amanhã pode ser tarde pra eles". E, devolver o Vitória a sua torcida, com patrimônio intacto, possibilidade de retomada e democracia ainda em aberto, está fora de questão para os mesmos, ao que tudo indica.

 

Os próximos passos, já claramente sinalizados, dito pelos próprios mandatários, precisam ser vigiados, muito de perto, por todos os homens de bem da Bahia esportiva, independente de corrente política ou visão de clube.

 

Senão, vejamos:

 

- "Blindar estatuto", contra qualquer possibilidade de perda de comando e poder, eminentes, embora não dito com todas as letras, obviamente;

 

- Criar "unidades de negócio autônomas" (Academia, Banco, S/A, etc.), em nome de "parceiros beneméritos", empoderadas por contratos leoninos, que podem lhes deixar muito fortes, diante de um ECV fraco e de joelhos;

 

- Entregar toda a base, garantindo a estas "unidades de negócio", no mínimo, um percentual da gestão de carreira e direitos econômicos dos seus melhores talentos, ao longo dos anos, mesmo fora do Vitória, em acordo com "outros parceiros". Claro que "para o bem do clube";

 

- Favorecer o surgimento de super estruturas empresariais, cravando o punhal nas costas da "associação ECV". Estruturas estas, que estarão sob controle de terceiros, mesmo após abandonarem, eventualmente, a "massa falida" do clube, seja na B ou na C;

 

- Gerar o máximo possível de endividamento de longo prazo, com entrada de DINHEIRO VIVO imediato, dando em garantia grande parte do patrimônio e haveres (lembram da antecipação global?).

 

As pouquíssimas cabeças, independentes e preparadas, nos atuais conselhos, deliberativo e fiscal, podem não ter forças para barrar no número de votos "o rolo compressor existente", pois este se tornou uma "máquina de moer o clube, composta por verdadeiros zumbis do amém", em sua maioria.  

 

Mas, têm, no mínimo, a responsabilidade de buscar o máximo de informações e garantir uma "política de redução de danos", com:

 

- Pedido de vista, quanto a tudo o que for proposto, doravante;

- Pareceres jurídicos isentos e auditorias independentes, sob gestão e controle social de grupo multidisciplinar autônomo, com presença de organismos como Ministério Público, Procon e outros;

- Contribuições à imprensa, com transparência absoluta, nos limites do estatuto;

- Sensibilização de "beneméritos" que, ainda, dizem gostar do clube, mas apoiaram esta aberração, alertando para o perigo histórico. 

 

Está claro que a atual gestão não tem mais legitimidade para realizar, sozinha, qualquer operação que comprometa, em alguma medida, o patrimônio, os recebíveis e o futuro do clube, sem controle social independente e auditoria de organismos externos idôneos. 

 

É obrigação de todo rubro negro de boa índole, seja da situação ou da oposição, TER POSIÇÃO, e tentar frear o fatiamento, o entreguismo patrimonial, o desmonte e "privatização pervertida" do clube, antes que seja tarde. 

 

Amanhã, já será tarde!!!

 

*Rodrigo Santos é Ph.D., especializado em Gestão, Educação, Política e Estratégia; ex-Diretor, ex-Conselheiro e sócio Sou Mais Vitória, há mais de nove anos; tem atuação, nacional e internacional, em Gestão Estratégica, Esportiva e do Futebol, entre outras áreas

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias