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Educação: Quando 'tudo passar', que fiquem bons exemplos!

Por Rodrigo Santos

Educação: Quando 'tudo passar', que fiquem bons exemplos!

Certa vez, ouvi de um amigo que "batalhadores como nós, não podem se dar ao luxo de desperdiçar uma crise".

 

Que, lá no futuro, cada uma de nossas crianças tenha construído uma memória afetiva positiva, quanto a este período, _"de um tal de corona"_ em suas lembranças infantis. Certamente, não fará diferença que lembrem de um tempo "entupido de tarefas", cobranças de parte a parte, medo e incertezas. 

 

Que se lembrem de um tempo em que:

 

- se aproximaram, conheceram a intimidade dos seus familiares e brincaram de coisas que nem sonhavam existir;

- descobriram, juntos, a perfeita sintonia, entre as janelas luminosas dos eletrônicos e as janelas da alma;

- receberam uma overdose de esperança, otimismo e boas notícias, tanto da família, quanto da escola;

- mesmo de longe, nunca estiveram tão perto de uma escola saudável, amorosa e equilibrada. E isso mudou, pra sempre, a sua relação com o conhecimento e com a aprendizagem. 

 

A pandemia é uma realidade e a extensão dos seus danos, presentes e futuros, ainda pouco conhecida. Mas, nós EDUCADORES (pais, donos de estabelecimentos, professores, funcionários e todos que 'batalham' pela educação), temos o dever de aproveitar esta oportunidade, para o bem das futuras gerações. 

 

Que os pais compreendam, definitivamente, que "estar ocupado não significa estar produtivo". Então, pressionar a escola agora, por respostas que ela não tem - ninguém tem -  é induzi-la ao erro de estressar, ainda mais, professores e estudantes, com um volume de atividades que, legal e pedagogicamente, terão que ser retomadas do início. 

 

Se não nos arvoramos a "receitar a metodologia certa", com a qual o seu cirurgião vai operar um ente querido, tratemos de respeitar a escola, uma vez que precisaremos dela "de pé, íntegra e forte" para o desafio da retomada, quando este isolamento acabar. Sejamos a "primeira escola", antes de exigir que esta seja o "segundo lar".

 

Que as escolas, por sua vez, assumam o papel que lhes cabe, como liderança educadora e mediadora de perplexidades, em meio a este turbilhão. O "cliente" (família, crianças e sociedade) está com dor, em pânico, fragilizado emocional e financeiramente, mas não tem obrigação de ler estes sintomas em si, muito menos de prescrever, tecnicamente, qualquer "tratamento". 

 

As escolas precisam, agora, "aprender, desaprender e reaprender a ensinar". Do contrário, teremos estabelecimentos cheios de razão e sem alunos, ou famílias com todos os direitos, mas sem escola para contar. 

 

Sejamos agora - escola, família e sociedade - um exemplo de diálogo, cooperação e equilíbrio. Daí, quem sabe, conquistaremos um lugar privilegiado no coração e na mente de uma geração saudável e transformadora.

 

*Rodrigo Santos é Ph.D., doutor em Educação; mestre em Desenvolvimento Humano; com experiência em gestão de crise em ambientes de conflito, por organismos como ONU/Unicef, Banco Mundial, entre outros

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias