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Enfrentamento ao Covid-19 no Brasil

Por Ângelo Castro Lima

Enfrentamento ao Covid-19 no Brasil
Foto: Acervo pessoal

A primeira pandemia das redes sociais tem trazido muitas novas informações, possibilitando diversas opiniões, tão necessárias para seu enfrentamento, desde quando ameaça frontalmente nossa saúde assim como a economia, com a possibilidade de perdas incalculáveis.

 

Muito bem vindas tem sido todas as medidas adotadas pelas autoridades competentes, e quão importante é o alongamento da curva de adoecimento para não colapsar o sistema de saúde, assim como o aumento do número de leitos de terapia intensiva para o adequado tratamento das formas graves da doença.

 

A despeito da importância do isolamento horizontal para conter a pandemia da COVID-19, salientamos que o mesmo traz efeitos colaterais a médio prazo, tais como estagnação da economia, desabastecimento, desemprego, podendo chegar à convulsão social.

 

Nossa economia não aguenta muitos dias de paralisação por carência de reservas, portanto, torna-se necessário um planejamento de retorno para evitar outros colapsos. Imprescindível o estudo de uma estratégia para sairmos gradativamente do isolamento horizontal para o isolamento vertical, mantendo o máximo de benefícios do primeiro com o mínimo de riscos do segundo.

 

Após um cuidadoso estudo do cenário vimos sugerir algumas medidas:

  • Isolamento horizontal por no mínimo 7 dias (período de maior percentual de testes rápidos falso-negativos);
  • Testar a população em massa com testes rápidos autorizados pela ANVISA e com alta especificidade (menor percentual de falsos negativos), imediatamente:
  • População em atividade e aqueles imprescindíveis ao retorno da economia tais como empregados, empresários e autônomos entre 18 a 60 anos; sintomáticos (coriza com febre, tosse e falta de ar); e pessoas que tiveram contato com casos comprovados;
  • Manter as medidas de isolamento para os testados positivos;
  • Retorno ao trabalho aos que tiverem resultado dos testes negativos, com distanciamento social e medidas de prevenção;
  • Manutenção de barreiras sanitárias rigorosas para as localidades sem casos comprovados;
  • Manutenção das politicas de distanciamento social, prevenção, promoção de saúde e higienização;
  • Isolamento das pessoas em grupos de risco mais susceptíveis às formas graves.
  • Manter suspensas as aulas e testar menores de 18 anos, a partir do início da curva descendente em cada município (as curvas devem ser analisadas por município e não pelo país ou por estado da federação);
  • Manter servidores públicos em “home office”, devendo ser liberados para trabalho externo após testados.

 

A Organização Mundial de Saúde recomenda: “testar, testar, testar”, com a evidência de que quanto mais rápido pudermos diagnosticar, mais facilmente conscientizaremos pessoas da necessidade de um isolamento rigoroso, contribuindo dessa forma para a redução de casos graves e mais rapidamente possamos retomar a normalidade das atividades econômicas.

 

Notamos que os menores percentuais de óbitos são observados em locais onde houve um maior rigor em cuidados preventivos precoces, tais como a testagem do maior número possível de indivíduos.

 

Entendemos que neste difícil momento o poder público necessita estar alinhado ao auxílio solidário da iniciativa privada, para vencermos este desafio com menos trauma, e assim unidos: TESTAR PARA A ECONOMIA VOLTAR.

 

*Ângelo Castro Lima é doutor em Cardiologia pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias