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Que vençam os melhores

Por Robson Wagner

Que vençam os melhores
Foto: Divulgação

A maioria dos gestores públicos não consegue transmitir de forma exitosa à população a sua agenda positiva. Com 20 anos de atuação no mercado publicitário, esta é uma das minhas constatações.

 

Em primeiro lugar é necessário ficar claro que buscar conhecer as ações de uma gestão pública não é obrigação do cidadão. O povo já tem o seu momento de depositar expectativas, aprovar ou reprovar uma gestão. Isto  se dá na hora do voto.

 

Por outro lado há prefeitos, governadores e presidentes que não realizam gestões de excelência, mas têm um forte poder e/ou aparato de comunicação e "se vendem" muito bem.

 

Então, cheguei à conclusão da necessidade premente de realizar um trabalho diferenciado.

 

Ao ser questionado numa entrevista sobre o mercado publicitário baiano na esfera privada, devolvi o questionamento: "qual mercado?". Afinal, os núcleos de decisões acerca de políticas de marketing das grandes empresas (que têm o poder de vultuosos investimentos em publicidade) estão no “Sul Maravilha” e não no Nordeste. Mas na esfera pública há sim um mercado. E, a exemplo da área privada, está também na era das mídias digitais e convergentes.

 

E assim emergiu-se como grande estrela o Marketing Digital, que obrigou o métier a dar respostas efetivas, “fazendo bem e barato". E esses desafios são bastantes discutidos nos meios publicitários e nas associações representativas da categoria (ABAP, ABMP e Sinapro). E este irrefreável boom do marketing digital vem causando estranhamento a políticos e também aos publicitários/marqueteiros.

 

Por exemplo, às vezes uma notícia que supostamente não tem muito interesse público "estoura" no ambiente digital. Mas há algo que não mudou. O marketing digital também necessita de investimentos e técnicas específicas. E, também nele, planejamento e antecedência são as palavras-chaves.

 

A questão do mercado digital é que existem muitas métricas que possibilitam avaliar o tamanho da entrega. porem, algumas ainda são (muito questionadas) e  Infelizmente (as vezes) se consegue interagir mais com as fake news do que com as notícias verdadeiras.

 

Além disso, engana-se quem pensa que comunicação digital é de graça. É preciso conhecer o mercado digital para se poder investir e alcançar os resultados esperados. É um mercado dinâmico. É necessário conhecer as suas ferramentas e nos adaptarmos a elas. Assim, com relação aos processos eleitorais, sempre que um político me procura eu digo que quem planeja tem futuro e quem não planeja tem destino, pois é  muito difícil fazer uma campanha sem planejamento. E isso vale ainda mais nesta era de marketing de rede.

 

É preciso entender que as redes sociais não existem a partir do mundo digital. Quando os índios se reuniam e faziam sinais de fumaça, há séculos, ali já tínhamos uma rede social. E quando nós estamos conversando com os amigos; também estamos numa rede social. O que nós temos hoje é uma rede social digital em “banda larga”, o que aumenta absurdamente o risco de sua não utilização ou utilização indevida. 

 

A nove meses das eleições municipais, há inúmeros pré-candidatos que têm uma presença pífia nas mídias sociais. E pouco antes das eleições muitos deles contratam assessores de imprensa e marqueteiros e cobram:  "eu preciso bombar". Ora, não é assim que funciona. O sonho de ter muitos seguidores, alto engajamento e grande relacionamento, é preciso começar um pouco antes.

 

Profissionais de comunicação exercem o quê? Comunicação, obviamente. Milagre é em outro departamento! E a nossa Santa Dulce dos Pobres deve estar mais ocupada, cheia de demandas, depois da santificação, e com certeza não terá tempo para  milagres neste campo.

 

Então há muitos políticos analógicos querendo se transformar em fenômenos digitais da noite para o dia. Pois, hoje, o ambiente político, principalmente nos grandes centros urbanos como Salvador, é majoritariamente digital.

 

O aperto de mão, o abraço com o eleitor ainda é importante para passar a sua mensagem. Mas, em Salvador, por exemplo, como abraçar 3 milhões de pessoas? Através das redes sociais você consegue. Vai sair na frente quem entender a lógica e investir corretamente em marketing digital. Repito: corretamente!

 

Considero que a próxima eleição será a mais difícil da história para os candidatos a vereadores ,pois com o fim da coligação de partidos nas eleições proporcionais, para um partido conseguir fazer uma cadeira na Câmara Municipal de Salvador, vai precisar de pelo menos 32 mil votos. E ainda, 65 candidatos sendo pelo menos 20 mulheres.

 

O partido precisa ter bons candidatos, uma espécie de campanha majoritária para vereador. Vai ser um contra um!

 

Por isso, na minha opinião, uma campanha política deveria ser do ponto de vista dos projetos e não do ponto de vista da força do poder econômico. Porque sempre há um peso de um partido contra o outro.

 

Vencerão os melhores...

 

*Robson Wagner é diretor-executivo da W4 Comunicação

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias