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Sim à aposentadoria, não à reforma da Previdência

Por Robinson Almeida

Sim à aposentadoria, não à reforma da Previdência
Foto: Cecília Oliveira/ Divulgação

Sou a favor dos direitos dos brasileiros à aposentadoria. Quem contribuiu para o desenvolvimento do país merece uma velhice digna.

 

Sou contra a Reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro porque ela é injusta, não acaba com privilégios, como se propaga, é cruel com as mulheres, com os trabalhadores rurais, penaliza os pobres e os idosos. Os trabalhadores na prática não conseguirão se aposentar se for mudada a constituição e implantado o regime previdenciário de capitalização. 

 

Mais de 64% dos municípios brasileiros dependem, economicamente, da renda dos aposentados.  Ela é determinante para fomentar e dinamizar a economia dessas localidades, para fortalecer o comércio, os serviços, para gerar empregos e distribuir renda. Isso, por exemplo, melhora arrecadação tributária das prefeituras, que, com recursos em caixa, garantem investimentos em educação, saúde, infraestrutura. 

 

Agora imagine você sem sua aposentadoria, sem direitos sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o abono salarial, e sua cidade sem esses recursos? Será o caos sem precedentes em nossa História. Na prática é o que propõe Bolsonaro, com a Reforma da Previdência e o fim da Seguridade Social. Caso o Congresso Nacional aprove a proposta neoliberal de Bolsonaro, teremos um quadro, muito em breve, de colapso social e econômico. Porque irá acentuar a distância entre ricos e pobres, com a desigualdade socioeconômica e também a discriminação contra as mulheres aprofundada num país que é marcado pelo machismo e a injustiça. 

 

A Reforma da previdência, ao impor o regime de capitalização atende ao mercado financeiro e os rentistas. Beneficia exclusivamente esse grupo social, minoritário. A capitalização é uma poupança que acumula a contribuição do trabalhador. E contra essa maldade, essa deforma do governo Bolsonaro, devemos aglutinar forças e lutar. Porque os ajustes não podem penalizar os mais pobres e destruir os respectivos regimes de bem-estar social, conquistas históricas e de muita luta do povo brasileiro.

 

O requisito básico para qualquer debate, de interesse público, que impactará a vida de milhões de brasileiras e brasileiros, é a transparência e a apresentação de um diagnóstico técnico qualificado em que se revele os reais problemas que necessitam ser corrigidos. E o governo Bolsonaro, que se fundamenta nas fake news, em nenhum momento trouxe isso a público. Todo cidadão brasileiro merece e quer saber, por exemplo, quem são e quanto deve os sonegadores da previdência social? E, mais, como e quando vão quitar seus débitos que ultrapassam a marca de R$ 500 bilhões com a Previdência Social? Por que ao invés de sacrificar os mais pobres, os trabalhadores, não utilizar os recursos oriundos do pré-sal? Taxar as grandes fortunas? Combater a sonegação e evasão fiscal? 

 

São questões que o governo não responde, mas que a sociedade precisa cobrar, exigir as respostas e, sobretudo, a não destruição do sistema público de aposentadoria e pensão. Porque a Previdência e a Seguridade Social reduz a pobreza, a desigualdade de renda, fomenta a agricultura familiar, fortalece a economia regional e combate o êxodo rural. A reforma de Bolsonaro, que não leva em conta as diferenças e características socioeconômicas regionais, acentua as desigualdades entre homens e mulheres, entre o rural e o urbano, deixa desprotegidos os mais vulneráveis, elimina a proteção dos trabalhadores na velhice e contraria a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da qual o Brasil é signatário. Entre a soberania popular e o poder dos ricos deve prevalecer sempre a primeira opção. Por isso luto, por isso lutarei. Lute, como a gente, e cobre dos deputados e senadores que votem contra a proposta previdenciária do governo. Ou será o fim da sua aposentadoria.

 

*Robinson Almeida é engenheiro eletricista e deputado estadual pelo PT da Bahia

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias