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Carnaval de Salvador: priorizaram o volume do som

Por Welber Santos

Carnaval de Salvador: priorizaram o volume do som
Foto: Acervo pessoal

O carnaval de 2019 foi marcado genuinamente pelo volume estrondoso do som dos trios elétricos. Isso causa desconforto a qualquer pessoa com sensibilidade musical.


Possuímos hoje uma quantidade expressiva de trios elétricos que já atingiu um nível técnico de excelência. Ou seja, se tem todas as condições para fazer um som de qualidade.

 

Som de qualidade – independente de artista ou estilo musical – é exatamente o antônimo de som alto com “os graves batendo”, como se diz em jargões de técnicos de som ou de pessoas que perderam a sensibilidade de ouvir música em sua inteireza.

 

Até mesmo trios de artistas como Daniela Mercury e Luiz Caldas estavam inaudíveis, incômodos. Destoavam completamente do perfil desses artistas.

 

Quando então passava qualquer banda de pagode (que já tem a característica de fazer uma música mais forte, “gritam” muito), aí as coisas se complicavam mais. Era um som ensurdecedor.

 

Vai aqui uma questão: artista e produtores, que tal investir mais nos técnicos de som? Vale oferecer-lhes formação específica, criar condições para que desenvolvam sensibilidade sonora e até, quem sabe, participar de retiros espirituais pra sentir os sons da natureza. Em uma festa com uma sonorização onde possamos ouvir nitidamente a arte de cada instrumento, mesmo quem perdeu a sensibilidade sonora vai se sentir muito melhor. Ah, não precisamos ir muito longe não. Temos a referência dos técnicos de Bell, Saulo e Ivete. 

 

Já conseguimos o desenvolvimento técnico. Falta agora trabalhar a sensibilidade no som dos caminhões elétricos do carnaval.

 

*Welber Santos é mestre em Educação e produtor cultural

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias