O que é que a Bahia não tem?
Como lutar contra a crise do setor turístico na Bahia que já ceifou algo como 20 mil empregos e fechou as portas de alguns importantes hotéis de Salvador, como o Pestana e o Othon? Se a ideia é lutar contra a crise tem que se usar mais a cabeça do que o coração.
Vamos aos fatos. Primeiro erro, muito comum: pensar que a crise começou neste ano. Em 2015 já se falava de que a crise do turismo sacudia economias de estados como a Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco, onde o setor é bastante dinâmico. Segundo erro: se pensar que a crise é apenas local ou regional : a crise do turismo , a nossa 5a atividade econômica, responsável por algo com 4 milhões de empregos no País, é nacional.
É claro que a Bahia tem muito o que fazer, de preservar o seu patrimônio até estacionamentos.
Tudo por aqui é belo. O casario e o patrimônio histórico são exuberantes. As praias também. Há sol praticamente o ano todo. A gastronomia tem evoluído. O povo é dos mais gentis. A música é rica. A cultura é única. As regiões turísticas, que se espalham por todo Estado, da rica e populosa região metropolitana de Salvado à Ilhéus, no Sul, as regiões turísticas são vastas e diversificadas. E, assim, sucessivamente.
Se é assim, o que falta para a Bahia se tornar um promissor destino internacional? Hotéis, bons preços e segurança. O mesmo que falta no restante do país. E que, com maior intensidade,também vive em crise. Porque o Brasil precisa dar atenção ao turismo, a exemplo de Portugal, Espanha e França ou mesmo do México e da Argentina. E o turismo precisa de ideias originais. Não se pode ter uma visão isolada. Bahia e Brasil precisam ser com dois braços de um mesmo corpo. Um integrado e sendo complementar ao outro. O objetivo é sempre vender bons serviços e se destacar pela qualidade.
* Francisco Viana é jornalista e doutor em Filosofia Política (PUC- SP)
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