São vários #EleNão para construirmos juntas pela democracia!
Estamos, todos e todas, na mira das armas legalizadas dos fascistas: pobres, negros, mulheres, LGBTQs e toda a diversidade, liberdade de expressão e justiça social que temos conquistado a duras penas.
Aqueles que estão à ‘margem da sociedade’, odiados e censurados em nome dos ‘bons costumes’ e ‘da moral’, serão os primeiros alvos do fascismo brasileiro: o casal de lésbicas que os vizinhos do andar de baixo não gostam de ver no elevador de mãos dadas, o negro sentado na cadeira de Direito da universidade, o gay afeminado e bem resolvido que ‘afronta’ a ‘família composta por Deus’, as mães e avós que cuidam dos filhos sozinhas.
Lutar contra essa onda se tornou praticamente uma tarefa de toda e todo cidadão que respeite os direitos humanos. Mas no Brasil, especialmente este ano, temos visto uma força que se levantou: a força das mulheres, que unidas, perceberam o papel fundamental que tem nas eleições, onde formam o maior eleitorado do país.
Mostramos no último final de semana que podemos dialogar com nós mesmas e levar milhares às ruas, de todas as cores e raças, para combater este retrocesso que tenta se instalar no País.
A força do #EleNão pode, por um momento, ter inflado ainda mais os fascistas, que se ancoraram em fakenews – que devemos desmentir diariamente - para desvirtuar nossos objetivos nos lares e em instituições religiosas machistas. No entanto, essa força não deve jamais ser esquecida. Deve ser transformada e acrescida de mais posicionamento político independentemente das colorações partidárias.
Não só provamos que estamos na vanguarda contra o fascismo, como despertamos um potencial extraordinário de criar uma frente para essa luta constante. E este movimento se torna ainda mais simbólico diante das dificuldades que as mulheres tem para entrar na política partidária-eleitoral no país. Não somos maioria nos cargos executivos e legislativos, mas aqui fora, somos, sim!
Essas milhares de pessoas que saíram nas ruas movidas pela coragem de enfrentar seus opressores precisam manter em mente que o combate ao discurso de ódio deve permanecer no diálogo constante: na fila do banco e do mercado, no ponto de ônibus, com a vizinha e a colega de trabalho. Juntas, podemos trazer para perto aquelas que ainda sofrem e se sentem subjugadas, incapazes de se desprender das amarras do machismo e do patriarcado.
Devemos aliar a esse combate, o desejo que temos de ver um Brasil livre de injustiças e desigualdades sociais, mostrando que além do fascismo explícito, há outro disfarçado de neoliberal que, disfarçado com um tom mais brando, prevê série de ataques: aumento do imposto de renda para os mais pobres, retiradas direitos dos trabalhadores, dos idosos, fim do 13 salário, e das políticas públicas para as mulheres, para os negros e LGBTQs.
O fascismo está aí, tentando nos dominar por todos os lados. São vários ‘eles não’ para construirmos juntas.
* Marta Rodrigues é vereadora de Salvador pelo PT