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Cientistas brasileiros testam ‘vacina’ que cria anticorpos contra cocaína

Cientistas brasileiros testam ‘vacina’ que cria anticorpos contra cocaína
Foto: Foca Lisboa / UFMG

Cientistas brasileiros testam uma espécie de vacina que pode ajudar no auxílio a dependentes químicos. Pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desenvolveram uma molécula que se liga à droga, criando anticorpos que bloqueiam seus efeitos. “Na verdade, a cocaína não é identificada pelo nosso sistema imune porque ela é uma molécula muito pequena. Então, a gente precisa ligar moléculas grandes para o sistema imune 'olhar' para a cocaína e 'falar' assim: ‘você não é bem-vinda aqui’. O que esta molécula faz é tornar a cocaína uma molécula pouco bem-vinda no organismo”, explicou o pesquisador Frederico Garcia, coordenador do Centro de Referência em Drogas da UFMG, em entrevista ao G1. “E aí, nossos glóbulos brancos passam a produzir anticorpos contra a cocaína. Então, toda vez que a cocaína entra na corrente sanguínea, estes anticorpos se ligam à cocaína e não se desligam. E, aí, impedem que ela entre numa barreira protetora do cérebro”, completou. Os pesquisadores registraram a patente e já testaram a substância em roedores, podendo aplicá-la em macacos. Só depois, caso obtenha os resultados necessários, poderá passar para a pesquisa em humanos. “A gente acredita que até junho do ano que vem já consiga começar a pesquisa em seres humanos. Isso levaria dois a três anos até a comercialização”, prevê Garcia. Participam do estudo cerca de 20 pessoas, entre professores, estudantes de medicina, mestrandos e doutorandos. Para Frederico, a vacina pode se tornar uma importante aliada no tratamento de dependentes químicos. "No usuário, o que a gente espera é aumentar a taxa de abstinência para que as pessoas consigam retomar a vida com autonomia e independência, como elas merecem. O que a gente acha é que a vacina associada a outros tratamentos vai aumentar as chances de sucesso destes tratamentos”, afirmou.