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#MeuAborto: Com relatos nas redes sociais, campanha busca legalização do aborto

Por Renata Farias

#MeuAborto: Com relatos nas redes sociais, campanha busca legalização do aborto
Manifestação realizada em março, no RJ | Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil
"Fiz um aborto aos 25 anos. Tinha acabado de começar um relacionamento. Havia parado a pílula devido aos fortes efeitos colaterais e usava camisinha". Esse é o início de um das centenas de relatos recebidos pelas organizadoras da campanha #MeuAborto desde o dia 26 de abril. Idealizada por um grupo de mulheres do Rio de Janeiro e inspirada no movimento #MeuPrimeiroAssédio, que incentivou o relato de casos de assédio nas redes sociais, a campanha surgiu após a prisão de dois médicos e uma paciente em uma clínica de aborto da capital carioca. "Eu e um grupo de amigas ficamos muito chocadas. Uma mulher já está em uma situação de fragilidade, grávida, e tendo que lidar com a decisão difícil de não prosseguir com essa gravidez possa ser presa, levada para uma delegacia e julgada como criminosa por essa decisão", afirmou Maria Rezende, uma das idealizadoras, ao Bahia Notícias. "A gente pensou em fazer alguma coisa para mostrar que o aborto é mais comum do que a gente pensa".

Por se tratar de um tema delicado e considerado crime no Brasil, muitas mulheres poderiam desejar o anonimato. Para garantir isso, foi criada a página Meu Aborto, no Facebook (clique aqui), na qual são publicados relatos enviados anonimamente para [email protected]. "O aborto existe independente de ser legalizado ou não. Não ser legalizado faz com que muitas pessoas morram ou sofram consequências muito graves. Elas não vão deixar de abortar pelo fato de ser ilegal. Isso gera um mercado negro de clínicas e vendas de remédios proibidos", argumentou Maria. De acordo com a Pesquisa Nacional do Aborto, feita pela Universidade Federal de Brasília (UnB) com o apoio da Agência Ibope Inteligência e do Ministério da Saúde, são realizados 1 milhão de abortos anualmente no Brasil. "A classe social – adivinhem – não interfere na decisão. Mas pesa muito no quesito vida ou morte, como sabemos", diz postagem na página da campanha. Na última quinta-feira (28), denúncias fizeram com que o Facebook tirasse do ar tanto a página da campanha quanto os perfis pessoais das organizadoras. Na sexta-feira, o problema foi resolvido. "Vamos criar um site ou blog para evitar que isso volte a acontecer", contou a idealizadora. Até o momento, a página conta com mais de 3 mil curtidas e diversos depoimentos de mulheres de todas as idades. "Não é a favor do aborto, é pela legalização e descriminalização do aborto. É pela defesa da vida das mulheres".