Projeto selecionado por Fapesp pesquisa uso de células que se transformam em outros tecidos
José Eduardo Krieger, autor da pesquisa | Foto: Reprodução/ Estadão
O primeiro selecionado para receber um incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) foi um projeto que estuda o uso de células com a capacidade de se transformar em diferentes tecidos para a recuperação do músculo cardíaco de pacientes que enfartaram. Uma parceria entre a entidade e a MedImmune, unidade de pesquisa do laboratório AstraZeneca, prevê um investimento no valor de US$ 2,4 milhões de dólares para os projetos. "A gente fica muito feliz, porque isso faz parte da vida do pesquisador. O ambiente de pesquisa é competitivo. É muito importante que as pesquisas sejam financiadas. Isso aumenta o nosso conhecimento e as empresas estão percebendo que vale a pena investir em pessoas curiosas”, comentou José Eduardo Krieger, autor da proposta vencedora. Krieger é pesquisador do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Incor-USP).
Nos testes de laboratório, o pesquisador e sua equipe já conseguem levar células da pele a um estágio que ele chama de "célula camaleão" por ser capaz de se comportar como uma célula cardíaca. “Ela até bate como o músculo cardíaco. O desafio é pegar essas células, que podem ser originadas do próprio paciente, e criá-las em grande quantidade. Também precisamos definir como usar no paciente, para que as células façam as conexões adequadas com o músculo", ressalta. Krieger acredita que, no prazo estipulado pelo edital - os projetos financiados devem ser conduzidos em até 36 meses -, pode ser possível dominar a técnica para detectar o exato instante em que essas células podem ser inseridas nos pacientes. O presidente da Fapesp, José Goldemberg, afirmou que a parceria prevê a contemplação de outros projetos até 2020. “Vamos lançar chamadas periódicas e identificar os pesquisadores criativos”, declarou.