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‘A gente não vive em guerra’, diz preparador físico sobre provas militares

Por Francis Juliano

‘A gente não vive em guerra’, diz preparador físico sobre provas militares
O preparador físico Eduardo Fontes questiona o parâmetro exigido pelo PM
A morte do candidato a soldado da PM-BA Egberto Oliveira de Jesus Filho, de 31 anos, volta a suscitar o debate sobre a validade ou não da exigência dos extenuantes exercícios físicos aplicados nas provas militares. Além de Egberto, outra candidata a soldado, Elaine dos Santos Oliveira, 27 anos, também sofreu com a prova física, e precisou ser internada no Hospital Santo Antônio, na Cidade Baixa. Segundo o preparador físico e atleta Eduardo Fontes, além dos testes objetivos, como ecocradiograma, eletrocardiograma e exame de sangue, as provas militares devem estabelecer parâmetros condizentes com o candidato. Fontes, que já foi preparador físico do Esporte Clube Bahia e é professor de educação física, questiona o parâmetro exigido pelos aspirantes à caserna. "No caso de um teste para um atleta de futebol, a gente sabe qual é a capacidade do jogador. A mesma coisa vale para um corredor de maratona, que tem um esforço específico. Mas para um policial eu não sei qual é o parâmetro exigido. E eles colocam as pessoas para correr três horas, com aquela indumentária toda, com coturno. A gente não vive em guerra. Não estamos na Idade Média", disse Fontes em entrevista ao Bahia Notícias. Outro dado que o preparador afirma que é preciso ser reavaliado é sobre a questão subjetiva. "Eu não sei se esses testes são eminentemente físicos ou se eles buscam através dessas provas descomunais treinar também a capacidade mental de lidar com o desconforto", avalia. O professor, que também é corredor de meia maratona, conta um caso específico que viveu para falar do risco de passar da conta quanto à potência do corpo. "Corri a meia maratona do Rio este ano, mas não estava treinando bem. Completei a prova em 2 horas e meia pelo condicionamento mental. Evidente que corri risco, mas eu sou professor, tenho ideia da minha capacidade. Agora, imagine isso para um candidato a policial, que está precisando de emprego. A pessoa acaba se submetendo a vencer com a mente esse tipo de prova e pode estourar o corpo", adverte. Segundo Fontes, outros detalhes que podem também evitar acidentes graves são as informações atuais do aspirante, que deve observar se “cansa com facilidade, se visualmente está gordo, se dorme bem”, entre outras características.