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'Se a crise não for resolvida, será um caos', diz presidente das Santas Casas na Bahia

Por Rebeca Menezes

'Se a crise não for resolvida, será um caos', diz presidente das Santas Casas na Bahia
A Santa Casa de Santo Amaro é uma das unidades que fecharam suas portas
O Brasil possui 2,1 mil hospitais sem fins lucrativos, que são responsáveis por 51% do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). Mas a maioria das entidades filantrópicas corre o risco de fechar as portas por causa do subfinanciamento, que faz com que as instituições fechem as contas no vermelho. A crise, em nível nacional, foi denunciada pelo Fantástico deste domingo (3) e confirmada pelo presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia, Maurício Almeida Pereira. “Se a crise não for resolvida, será um caos”, alertou Pereira, que também é vice-presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB). Segundo ele, nos últimos quatro anos diversas unidades da Santa Casa do estado tiveram que fechar as portas – como as de Senhor do Bonfim, Nazaré das Farinhas, Conceição do Coité, Cruz das Almas e Santo Amaro – e outras entidades filantrópicas estão em vias de fechamento – como a Maternidade de Santo Amaro, único centro neonatal do recôncavo baiano. E a não resolução do impasse poderia gerar consequências graves para a população baiana. “A filantropia é responsável por 96% da assistência oncológica no estado e 85% das cirurgias de visão. Se essa rede hospitalar, como está quebrando uma a uma, o SUS entra em colapso”, advertiu.


O presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (FESFBA), Maurício Almeida Pereira. Foto: FESFBA | Divulgação

O problema, de acordo com o presidente, é que muitas instituições dependem quase que exclusivamente do SUS, mas não recebem valores suficientes nem ao menos para cobrir os custos de operação. “Para se ter uma ideia, o orçamento que Santo Amaro tem para custear toda a estrutura e equipe pelo SUS gira em torno de R$ 80 mil. Mal cobre o pagamento dos funcionários e por isso o endividamento cresce”, explicou. A maioria dos órgãos filantrópicos baianos que conseguem, atualmente, manter as portas abertas só o fazem porque tiveram suas gestões transferidas para entidades de maior porte ou conseguiram outras fontes de renda. É o caso da Santa Casa de Miguel Calmon, que passou ao Hospital Português, e da Santa Casa de Salvador, que só se mantém em equilíbrio por causa de convênios particulares. “A operação do SUS é negativa e está sendo injusta com a Santa Casa porque diminui nossa capacidade de atendimento. Ao invés de investir em modernização ou repor equipamentos obsoletos, nós temos que ficar cobrindo os déficits do sistema”, reclamou o provedor da unidade da capital baiana, Roberto Sá Menezes. “Se um paciente precisar ser internado, nós recebemos no máximo três diárias. Se passar um mês, não é problema do SUS, você que tem que cobrir o prejuízo. Se eles pagam um real para o hospital, devem saber o que se pode fazer”, concluiu.