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Marca Bahia Notícias Saúde

Entrevista

Especialista fala sobre osteopatia e revela que age, principalmente, com dores crônicas

Por Bruno Luiz

Especialista fala sobre osteopatia e revela que age, principalmente, com dores crônicas
O fisioterapeuta Marcelino Lima | Foto: Bruna Castelo Branco/Bahia Notícias
A osteopatia é uma técnica que promete o bem-estar do corpo de forma diferente da medicina convencional. Sem utilizar medicamentos ou cirurgias, a terapia recorre às mãos para tratar as mais diversas patologias que acometem o bom funcionamento do aparelho corporal humano. Terapia alternativa? Não. Uma forma diferente de tratamento as doenças do corpo? Sim. É o que afirma o fisioterapeuta Marcelino Lima, especialista na técnica. Em entrevista ao Bahia Notícias, Lima fala mais sobre um tratamento fisioterápico ainda desconhecido pela população, mas que promete trazer ao corpo humano benefícios mais desconhecidos ainda. 
 
Bahia Notícias - Em que consiste a osteopatia?
Marcelino Lima - A osteopatia visa ver o corpo como um todo, tanto a parte músculo esquelética, a parte visceral e a parte neurológica, tratando tudo baseado na fisiologia, na parte biomecânica do corpo e na anatomia também. O que quer dizer esta conjunção de fatores? Por exemplo, eu ter as lesões relacionadas. Posso ter uma torção do tornozelo e isso gerar uma dor no meu joelho, uma coisa bem próxima, pois tenho fixações que tracionam alguns tecidos e isso ajuda a piorar a dor. A piora vem, por exemplo, do fato de você pisar torto e isto fazer com que a coluna tente manter o corpo no eixo. Para manter no eixo, ela inclina para o lado. Aí você pode diminuir a dor no joelho e aumentar a dor na coluna. Muitas vezes, a gente começa a tratar a dor na coluna sem tratar a causa da dor. A dor começou no tornozelo. Quando a gente trata o pé do paciente, eu reorganizo toda a estrutura e alivio o problema.
 
Quando e quais pessoas podem procurar o tratamento osteopático?
A osteopatia age na parte esportiva, na saúde da mulher, pediatria, ortopedia, geriatria e, principalmente, na dor crônica e na dor normal. Nas crianças, por exemplo, ela age nos refluxos, na prisão de ventre. Na parte ortopédica, a gente tem as artroses, as hérnias de disco. No idoso, há muitas patologias associadas. Problemas viscerais que ocorrem por falta de movimentação. A osteopatia age dando movimentação aos ossos, por exemplo, combatendo as dores sentidas por estes problemas.

A osteopatia pode ser considerada um tipo de tratamento alternativo? É reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia?
A osteopatia é um tratamento direto, não alternativo. Com a osteopatia, o tratamento é feito, geralmente sem alopáticos, medicamentos. É um tratamento manual. Pode usar um alopático? Pode. Você diminui a dor e vai tratar a estrutura corporal. Quando eu tenho uma hérnia de disco, se eu tomo o medicamento, só diminuo a inflamação, ou a dor. Estou tratando o problema? Não. Com certeza, se eu não fizer nenhum tratamento que dê a mobilidade de novo àquela estrutura, vai virar uma situação para cirurgia. No entanto, se eu uso a osteopatia para tratar a estrutura, eu diminuo a possibilidade de aquilo se tornar uma patologia cirúrgica. As pessoas não precisam ter receio quanto à eficácia da osteopatia. O osteopata precisa ser formado em fisioterapia, que precisa de mais cinco ou seis anos de especialização para se ter um osteopata. Nesse tempo, você não aprende só técnica. Aprende a ver o paciente como um todo e também, automaticamente, saber até que ele não pode ser submetido à própria osteopatia e sim, que deve ser encaminhado para outro procedimento. 
 

Foto: Bruna Castelo Branco/Bahia Notícias
 
Quais tipos de resultados são possíveis e a partir de qual momento se começa a sentir os efeitos?
O efeito já começa na primeira sessão, na qual a gente faz a anamnese, testes físicos, testes clínicos. A gente vai observar o corpo como um todo. Por exemplo, eu tenho um paciente que está com dor na região torácica. Vou ver a região visceral dele como está. Farei movimentos, identificarei onde dói, mas não só um local e sim, o corpo todo para atacar o ponto específico e levar a melhora.
 
A osteopatia também pode ser utilizada como terapia complementar?
Sim. Vou dar o exemplo da cirurgia bariátrica. Você está num pós-cirúrgico, num tratamento, utilizando muitos medicamentos. A osteopatia vai ajudar diminuindo as aderências dessa região, acelerando o processo desinflamatório, diminuindo as dores associadas a isso. A osteopatia ajuda muito como tratamento complementar. Seja numa criança que tem um refluxo muito grande, pois não tem a válvula do esôfago, mas só de dar mobilidade aquela estrutura já melhora a qualidade de vida daquela criança, mesmo que depois seja necessário outro tipo de intervenção. 
 
Como anda a penetração da osteopatia na Bahia, principalmente pelo fato de ela ser uma técnica desconhecida?
A osteopatia na Bahia ainda é pouco divulgada. Mas isso tem evoluído bastante nos últimos dois anos. Ela é reconhecida pelo Conselho Federal de Fisioterapia como técnica ligada à fisioterapia. Ela cresce cada vez mais dentro deste campo. Ainda há poucos pacientes que chegam procurando diretamente pela osteopatia. Chega muita gente pelo boca a boca, mas isto tem melhorada bastante.

A osteopatia pode ser feita de forma preventiva?
Sim. Eu vou dar um exemplo. Tenho paciente com hérnia de disco. Eu tratei este paciente e ele ficou bom. O objetivo não é tirar a hérnia, pois nada pode ser retirado sem que isto cause alguma sequela. O que eu preciso fazer com a osteopatia? Eu vou mantendo o paciente bem, dando mobilidade às articulações, as estruturas que estão relacionadas a isso. Dando de novo essa mobilidade, o paciente se mantém bem, ou seja, eu vou prevenir novas lesões. Eu acompanho pacientes que são atletas e eles estão há 3 anos sem lesões por conta do tratamento.
 
Qual o grande diferencial oferecido pelo tratamento da osteopatia?
Que a gente procura a unidade do corpo. A gente pode prometer que vai estimular o corpo do paciente a se recuperar o máximo possível. A gente vai tratar ele sem medicamento, diminuindo muito os efeitos colaterais. Se ele estiver em tratamento medicamentoso, a gente vai associando a isso, diminuindo ainda mais os efeitos desses alopáticos. O que a gente pode oferecer é um tratamento mais eficaz e a garantia de que ele vai sair mais rápido das crises, seja de dor, ou de qualquer outra coisa causada pela patologia.