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A pancreatite crônica continua sendo uma doença grave com grandes desafios

Por José Celso Ardengh

A pancreatite crônica continua sendo uma doença grave com grandes desafios
Foto: Divulgação

O pâncreas ao ser submetido constantemente a inflamação torna-se fibrótico, o que pode levar a uma variedade grande de complicações, devido à perda de função ou ao comprometimento da anatomia vascular e/ou luminar adjacente. Normalmente quando isso ocorre, o pâncreas é acometido por uma pancreatite crônica. Ela pode ser clinicamente dividida em: a) pancreatite obstrutiva calcificante, cuja principal etiologia é o alcoolismo; b) pancreatite obstrutiva que é mais rara por obstrução do ducto pancreático principal (tumor na cabeça do pâncreas) e c) pancreatite inflamatória crônica onde existem fatores que influenciam uma agressão crônica sobre a glândula pancreática (mucoviscidose). Existem várias complicações potenciais dessa doença que exigem vigilância ativa pelos médicos dedicados a esses pacientes, incluindo a diabetes, insuficiência pancreática exócrina, doença óssea metabólica e o câncer pancreático.


Quais os desafios hoje a serem superados? O primeiro é desenvolver e validar um teste preciso e facilmente repetitivo para avaliar a insuficiência pancreática exócrina, pois até o momento isso não pode ser feito com facilidade. Além disso, compreender a evolução do diabetes tipo 3c decorrente da pancreatite crônica, pois sabe-se que o tratamento desse tipo de diabetes ocorre em fases tardias da doença e é um pouco diferente ou até mesmo porque não dizer mais rigoroso se comparado aos outros tipos de diabetes! Vários estudos, têm sido realizados na tentativa de melhorar a previsão dos doentes com pancreatite crônica que podem ou não desenvolver diabetes grave.


Outros estudos por sua vez têm se mostrado importantes para avaliar e prever principalmente em mulheres o desenvolvimento de doenças ósseas metabólicas, que comprometem a qualidade de vida desses doentes. O câncer de pâncreas associado a pancreatite crônica ainda é um enorme desafio ao clinico em relação a sua identificação e tratamento que devem ocorrer de forma correta e no momento adequado.


JOSÉ CARLOS ARDENGH 
Presidente da Sociedade de Gastroenterologia de São Paulo