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Marca Bahia Notícias

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Com histórico de militância, Bebeto irá apoiar reforma política na Câmara

Por Luiz Fernando Teixeira

Com histórico de militância, Bebeto irá apoiar reforma política na Câmara
Foto: Sintepav Bahia
Adalberto Souza Galvão é militante "sempre da esquerda" no sul da Bahia há mais de 30 anos, mas talvez as pessoas não o conheçam pelo nome de batismo. Bebeto foi o deputado federal que teve mais votos na região, com 96.134 votos em toda a Bahia, graças ao seu histórico de luta sindical, que teve início em Ilhéus. “Eu iniciei a militância na década de 70, no movimento estudantil de Ilhéus. Fiz parte do PCdoB, que era clandestino na época, e também integrei o processo de construção da democracia brasileira durante a década de 80”, conta o parlamentar, que foi um dos líderes dos sindicatos dos trabalhadores das indústrias de cacau do município. Enquanto era um dos responsáveis pelas primeiras greves dos trabalhadores da região, Bebeto se graduava no curso de História da Universidade Estadual de Santo Cruz (Uesc). “Na época havia a necessidade de um sindicato de contestação contra o arrocho salarial”, lembra o parlamentar. Em 1992, Bebeto foi o vereador mais jovem a ser eleito vereador em Ilhéus, ainda pelo PCdoB, e participou da base do governo local até 1998. “Saí do governo por não concordar com a adesão do prefeito ao carlismo [à época, o extinto PFL detinha o governo do estado e da capital da Bahia, além das três cadeiras no Senado Federal] e voltei ao movimento sindical”, diz Bebeto, que deixou o PCdoB em 2000 para assumir a tarefa de administrar a força sindical. “Faço parte da executiva nacional da Central Sindical”, comentou o também presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada (Sintepav).


Foto: Blog do Gusmão

Em 2004, filiou-se ao PSB e desde então trabalhou para fortalecer a sigla e eleger prefeitos do partido no estado, que culminou na eleição deste ano. Bebeto acredita que um histórico tão grande dentro da política no sul da Bahia será um ponto positivo em seu mandato na Câmara dos Deputados. “Penso que a maturidade de quem passou momentos importantes da vida baiana e da nacional e já teve a experiência eleitoral é importante. Poderei refletir temas importantes, assentado na racionalidade e não na emoção, para discutir o que pode ajudar a Bahia. Como homem em uma luta constante que busca conquistas para os trabalhadores, terei a tranquilidade no parlamento para ajudar a construir movimentos progressivos”, analisa o deputado. De acordo com ele, um dos temas que o pautarão em Brasília será a reforma política. “Não seguiremos mais nesse sistema. Ao defender essa reforma, defenderei o fim da reeleição e a votação distrital mista”, exemplificou o socialista, que também busca trabalhar na agenda da classe trabalhadora, como o fator previdenciário. Bebeto também refletiu sobre o momento atual do próprio PSB, que “rachou” durante as eleições. “No primeiro turno tivemos um debate enorme e a partir dele pudemos lançar uma unidade para a candidatura de Eduardo campos, mas a sua morte e a escolha de Marina Silva levou a uma ruptura do partido. No segundo turno, o caminho nacional foi de apoiar Aécio Neves (PSDB), mas os estados apoiar quem julgasse oportuno pelas próprias construções políticas e o histórico”, afirmou Bebeto, que ao lado da senadora Lídice da Mata, foi um dos principais articuladores para o apoio à presidente reeleita Dilma Rousseff (PT), “pelo histórico de luta da Bahia e uma definição política ideológica”. Por conta disso, ele ainda não deixa claro se fará oposição ao governo na Câmara. “Não há uma decisão do partido sobre qual será o caminho. Óbvio que como um homem de partido, tenho que aguardar a decisão”, afirmou Bebeto.