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Marca Bahia Notícias

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Barra do Mendes: Secretária tranca urna e cancela votação de contas do ex-prefeito

Por José Marques

Barra do Mendes: Secretária tranca urna e cancela votação de contas do ex-prefeito
Presidente da Câmara diz que 'pressão subiu' | Foto:Barra do Mendes SN
A sessão que votaria as finanças de 2009 de Dr. Néu (PMDB), ex-prefeito de Barra do Mendes, no centro-norte da Bahia, terminou abruptamente nesta terça-feira (29), após o presidente da Câmara alegar que passava mal e pedir à secretária pessoal para trancar a urna, as cédulas de votação, a ata do dia e o parecer do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) em seu gabinete. A cidade vive um racha suprapartidário: apesar de o atual prefeito, Galego (PMDB), ser afilhado político de Néu e a maior parte da Casa apoiar a atual administração, cinco dos nove vereadores pretendem a rejeitar o ano de exercício do antigo gestor – ao contrário do parecer do TCM, que recomendou a aprovação apenas com ressalvas por “irregularidades na aplicação de recursos do Fundeb”. Segundo a vereadora Suely Neves (PSD), aliada de Galego e opositora de Néu, o líder do Legislativo municipal, André Ribeiro (PMDB), tem manobrado para conseguir aprovar as prestações. “Nós nos reunimos às sextas para decidir as pautas que serão votadas na segunda. No dia 20, um domingo, ele enviou um SMS [mensagem de texto por celular] para os vereadores e disse que colocaria as contas para serem votadas na segunda (21), quando um dos vereadores de oposição, Rildo (PDT), estaria viajando”, disse Suely, em entrevista ao Bahia Notícias. De acordo com ela, os edis faltaram à sessão porque a medida “desrespeitava o regimento”, que pede a publicação da pauta com 48 horas de antecedência, em ofício anexado no mural da Câmara.
 

Opositora do ex-prefeito e aliada do atual (ambos do PMDB), Suely (PSD) critica presidente da Câmara | Foto: Reprodução / Facebook
 
Na última segunda-feira (28), dia do servidor público, não houve trabalho na Casa Legislativa de Barra do Mendes, mas André Ribeiro convocou uma sessão extraordinária para o dia seguinte, com o objetivo de apreciar a matéria que devia ser votada na semana anterior. “Eu estava viajando e dei um jeito de voltar. Ele se surpreendeu quando todos os vereadores compareceram e mudou de ideia: desistiu de pôr as contas em votação”, relembrou Suely. A vereadora diz que após um protesto e até “uma troca de empurrões” entre o presidente e o vice, Jutair Batista (PMDB), André mudou – mais uma vez – de opinião, e decidiu pela abertura do pleito. “Mas, enquanto o relatório do TCM era lido, ele trocou mensagens pelo celular com o assessor jurídico e saiu da sessão dizendo que estava passando mal. Nesse caso, o vice-presidente podia conduzir a sessão. Mas a secretária do presidente subiu no plenário, pegou o parecer, a urna, as cédulas, declarou a votação encerrada e trancou tudo no gabinete dele”, protestou. Para a peessedista, o mal-estar de André foi “armação” porque “instantaneamente, ao sair do plenário, uma ambulância, uma enfermeira e uma técnica de enfermagem já estavam de prontidão à espera do presidente”.
 

Galego (esq) e Dr. Néu (ambos do PMDB), respectivamente atual e ex-prefeito de Barra do Mendes | Foto: Reprodução / Facebook

André nega as acusações de que tenha forjado um problema de saúde. “Minha pressão subiu para 16/10. A enfermeira veio me tratar e eu esperava ficar dez minutos fora da sessão, mas ela disse que não tinha condições, que eu tinha que ir para o hospital”, afirmou o presidente da Câmara ao BN. Ele diz que, antes do encerramento da sessão, foi “agredido, não apenas verbalmente, mas também fisicamente” pelo vice-presidente Jutair. “Ele me agrediu, de todas as formas, quando tirei as contas de votação. Me fez ofensas fortes, disse que eu não era homem”, reclamou. Questionado sobre o motivo de ter mudado de ideia, André diz que “como já não houve votação na semana anterior, surgiu um imprevisto e a bancada decidiu que aquele não era o momento de votar as contas”. O líder do Legislativo barramendense assegura que se apoiou no regimento para cancelar a decisão sobre a matéria e não nega ter pedido à secretária para encerrar o pleito por ele. “Quando o presidente não pode continuar, a votação pode ser cancelada. Fora que eu estava arriscando a minha integridade – até a física – se continuasse ali”, considerou. A nova data de votação das contas, segundo o vereador, deve ser decidida até o fim da próxima semana.