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Elmar chama projeto de 'oportunismo político'; Ciúme é normal no parlamento, diz Álvaro Gomes

Por Sandro Freitas

Elmar chama projeto de 'oportunismo político'; Ciúme é normal no parlamento, diz Álvaro Gomes
Fotos: Tiago Melo e Max Haack / Bahia Notícias
Apesar de ser considerada uma questão “boba” por não ter acontecido nos últimos oito anos, a convocação extraordinária com direito a dois salários extras ainda é prevista na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), mas não deve acabar por enquanto. O problema não está no tema em si, que os parlamentares afirmam ser a favor, mas sim em quem será o pai do projeto. O autor da proposta que tramita na Casa é o deputado Álvaro Gomes (PCdoB), mas colegas dele se manifetaram contra a votação para “não dar moral” ao comunista (ver aqui). Em entrevista ao Bahia Notícias, o líder da oposição, Elmar Nascimento (DEM), afirmou que é contrário à análise da medida por acreditar que ela pode se transformar em “oportunismo político”. “É uma matéria tão boba que dá para votar sem discussão, mas se aprovada agora fica parecendo que nós recebemos, sendo que nos últimos oito anos não houve isso [convocação extraordinária]. Ninguém devia estar faturando em cima de algo que não existe. É um factoide que fica vendendo para a população uma imagem de que temos salários extras que não temos”, disse o democrata, que ainda explicou o motivo da insatisfação dos deputados: “O que o pessoal não gostou é que é uma demagogia, um oportunismo político”. Em caso de convocação durante o recesso, o deputado tem direito a dois salários extras além do habitual, o que totalizada cerca de R$ 60 mil. Álvaro Gomes alerta que a imagem pode ter ganhado mais destaque do que o projeto em si. “Eu acho que essa questão da vaidade e do ciúme é uma coisa natural no parlamento, então achar que não deve ser aprovado porque foi uma proposição de minha autoria... Eu acho um raciocínio equivocado”, argumentou. 
 

Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
 
Durante a conversa com o BN, Elmar ressaltou que já foi responsável por outro texto da chamada “pauta positiva” da política, mas não quis “faturar”. “Eu tive o que acho que foi o maior projeto da minha vida, o da Ficha Limpa (ver aqui), e escrevi meu nome na historia, mas não tentei ganhar com isso”, disse o democrata. Álvaro Gomes contou uma versão diferente, apesar de assegurar que, por não ter vaidade, deixou de brigar pela autoria da PEC da Ficha Limpa na AL-BA. “Quem primeiro apresentou o projeto fui eu e, um ano depois, o deputado Elmar reapresentou. No entanto, tive a grandeza de concordar em aprovar a PEC do deputado Elmar e deixei a questão de vaidade, que não tenho, e do ciúme, que não faz parte do meu perfil, de lado. A questão da remuneração quem primeiro levantou na Assembleia fui eu. Acho que não tem sentido essa PEC não ser aprovada. Vaidade e ciúmes devem ser colocados em segundo plano em defesa da sociedade e do bem comum”, pontuou. O comunista concordou que as convocações extraordinárias não têm acontecido, mas lembrou que se a prática é prevista na Constituição pode ocorrer a qualquer momento. Quem assiste à disputa é o líder do governo, Zé Neto (PT). O petista desafiou Elmar Nascimento a aceitar a votação do fim dos salários extras, mas – ao mesmo tempo – se esquivou de colocar na pauta o orçamento impositivo (ver aqui).