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Eurocopa: Jogadores filhos de imigrantes podem servir de exemplo, acredita secretário da reparação

Por Lucas Franco

Eurocopa: Jogadores filhos de imigrantes podem servir de exemplo, acredita secretário da reparação
Ailton Ferreira, secretário da Semur | Foto: José Marques / Bahia Notícias
Nações que defendiam regimes autoritários de extrema-direita até os anos 1940, Alemanha e Itália se enfrentam pela semifinal da Eurocopa nesta quinta (28), às 15h45. Suas seleções vivem, hoje, um momento de maior integração racial. Do lado germânico, jogadores de origem ganesa, polonesa, espanhola, tunisiana e turca formam a geração que deve chegar como uma das favoritas à Copa de 2014 no Brasil, mas a primeira convocação de um jogador negro só aconteceu em 2001, quando o atacante Gerald Asamoah, então com 22 anos, foi chamado pelo treinador Rudolf Völler. Para o secretário municipal da reparação (Semur) em Salvador, Ailton Ferreira, há um simbolismo muito grande na miscigenação de equipes europeias. “Toda vez que alguém que pertence a um grupo descriminado consegue alcançar um espaço elevado é positivo, porque mostra para muitos, especialmente para as crianças, que essas pessoas são capazes. As crianças negras não estão acostumadas a serem heroínas, e isso [presença de jogadores negros em grandes equipes] tem um significado, assim como o piloto de Fórmula 1 [Lewis Hamilton, vencedor da temporada 2008], isso é importante para o processo de afirmação de identidade e auto-estima da criança negra”, diz Ailton.


Balotelli foi vítima de racismo na Eurocopa | Foto: Getty Images

 
A “Azzurra”, como é conhecida a seleção italiana, tem como titular um jogador que para muitos é o símbolo da luta contra o racismo no futebol. Filho de ganeses, o atacante Mario Balotelli nasceu em Palermo, na Itália, e foi adotado por uma família ítalo-judaica. Negro e judeu, o atleta foi vítima de discriminação na partida contra a Croácia, pela segunda rodada da Eurocopa, quando torcedores do time eslavo atiraram bananas no gramado de Ponzan, na Polônia, há duas semanas. Ailton Ferreira garantiu que tais atitudes não devem acontecer no Brasil. “Vamos lançar o observatório racial da Copa, para identificarmos atitudes racistas, como se referir a atletas como ‘macaquitos’ e jogar bananas. Receberemos bem os estrangeiros e queremos ser bem tratados também”, afirmou. O vencedor do duelo entre Alemanha e Itália garante vaga para participar da Copa das Confederações, torneio que acontecerá no Brasil no ano que vem e que reunirá seleções de todos os continentes para testar alguns estádios da Copa do Mundo de 2014, inclusive a Arena Fonte Nova. Como a Espanha já estava garantida para o torneio por ter vencido a última Copa do Mundo, em 2010, o outro finalista ficará com a vaga.