Câmara teve mais sessões solenes do que sessões ordinárias em 2011
Por Felipe Campos
Composição: Tiago Melo / Bahia Notícias
O que faz um vereador? Para os 41 edis que representam Salvador na Câmara Municipal, a maior parte do ofício dentro do plenário é conceder títulos de cidadão soteropolitano, medalhas comemorativas e discutir assuntos de relevância para a população, como debater a importância da cirurgia bariátrica ou criar o Dia Municipal do Outdoor. Essa é a conclusão que o balanço do ano de 2011 da Casa apresentou, ao registrar que o espaço principal foi utilizado para 68 sessões solenes, contra apenas 61 ordinárias (aquelas do dia-a-dia, programadas para acontecer nas segundas, terças e quartas). Isso é menos do que a metade do previsto, já que o ano legislativo municipal, iniciado em 7 de fevereiro, possuiu 135 dias aptos para que os vereadores trabalhassem. “Eu já tinha percebido, e acho que a Câmara poderia ter feito até umas 120 sessões. Foi uma demonstração que a Casa não cumpriu o seu papel de debater as questões da cidade”, admitiu a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), responsável pela sessão solene que marcou o Dia do Radialista, no dia 21 de setembro. A oposicionista atribui ao bloco governista a culpa pela pouca produção. “Foi falta de quórum. Normalmente a bancada do prefeito faltava. Eles sabiam que os discursos [foram mais de 4 mil em 2011] seriam mais de críticas do que de aprovação”, explicou. Do outro lado, houve quem considerasse o número de sessões como satisfatório. “Foi um número propício, se a gente observar a efetividade das sessões. A atividade do parlamentar não se resume apenas ao parlamento. Pode sempre melhorar, mas acho algo nos limites aceitáveis do trabalho”, considerou Héber Santana (PSC), responsável pela sessão solene do dia 26 de maio, que discutiu a cirurgia de redução de estômago, “com o objetivo de estimular a criação de políticas públicas que melhorem o quadro da saúde pública em Salvador”.