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Último dia de biometria na capital baiana tem ‘jeitinho’ para furar a fila e ‘vigília’ do TRE

Por Lucas Arraz

Último dia de biometria na capital baiana tem ‘jeitinho’ para furar a fila e ‘vigília’ do TRE
Foto: Bahia Notícias / Lucas Arraz

Cerca de 500 mil soteropolitanos deixaram para fazer o recadastramento biométrico na última hora, de acordo com o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA). Apesar do apelo de prorrogação do prazo da biometria feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) (lembre aqui), esta quarta-feira (31) foi a última chance para os eleitores da capital baiana cadastrarem as digitais e não perderem o título. Como esperado, o dia foi de filas grandes (veja aqui) e de um sol que não ajudou em nada a tarefa de permanecer em pé. Para quitar os deveres com a Justiça Eleitoral, o time dos protelatórios, que incluí este repórter que vos escreve, precisou pegar uma fila que começava a se formar tímida nas estações de metrô rumo ao TRE-BA e nos pontos dos ônibus circulares gratuitos do Centro Administrativo (CAB) para então chegar ao destino: a fila definitiva para o recadastramento. Quando cheguei nela, o agrupamento de eleitores ia da porta do TRE-BA até o prédio da Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz), que fica há um total de 800 metros de distância do destino. No local às 13h, precisei de um total de 2h para avançar 400 metros, metade do percurso. O que ajudou a matar esse tempo por diversas vezes foram as rodas de pagode que se formaram de forma improvisada, conversas conspiratórioas que reclamavam do Brasil atual que não pedi para ter com meus companheiros de lugar na fila e o vasto cardápio de comidas vendidas a R$ 1 no local. Enquanto um homem tocava, segundo ele mesmo, “uma macumba” com um banco de plástico alugado, Seu Roque, um dos amigos que fiz na fila, me contava com detalhes como o recadastramento biométrico era um grande plano do presidente Temer para instaurar uma ditadura no país. “Os chefes da ditadura não usam mais fardas, eles agora usam terno e gravata. Querem obrigar a gente a votar”, confabulou Seu Roque para mim antes de repetir o mesmo discurso inflamado para as equipes de TV que passavam pelo local. Eu preferi me dedicar a um caldo de cana e um hamburguer que comprei para almoçar. Em certo momento, por volta das 18h, quando Seu Roque cedeu o seu lugar para outra pessoa, revelando que estava na fila por ela, passei a prestar atenção na conversa de quatro mulheres próximas a mim. Duas delas estavam saindo do TRE-BA aparentemente com a solução para adiantar o lado das outras duas. “Menina, você toma três litros de água, finge que está grávida e vai para a fila preferencial. Não tem erro. Eles não pedem exame e você faz o processo bem rapidinho”, comentaram as grávidas de Taubaté que completaram: “Vocês ainda levam os maridos como acompanhante”. Fui atendido cerca de 5h de fila depois. Atrás de mim, um grupo cada vez maior de pessoas se formava alugando seus banquinhos por R$ 5, conversando, cantando ou lendo livros. O TRE-BA estima que cerca de 20 mil pessoas foram até a sede nesta quarta e os atendimentos devem permanecer até às 2h de quinta para serem concluídos. Sorte de Seu Roque que foi embora antes disso.