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Fernando Gomes e a sina camaleônica de prefeitos baianos

Por Fernando Duarte

Fernando Gomes e a sina camaleônica de prefeitos baianos
Foto: Pedro Moraes/GOVBA

Há muito se comenta sobre a possibilidade do prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, aderir oficialmente à base aliada do governador Rui Costa. Eleito em 2016 pelo DEM, o prefeito reclamou da falta de apoio do partido na campanha de retorno ao comando itabunense, após outros três mandatos à frente do município. Político antigo, Fernando Gomes é da época em que o MDB era opção à ditadura militar e exerceu também mandatos na Câmara dos Deputados, com direito a uma vaga na constituinte de 1988. Passou também por PMDB e PTB antes de chegar ao DEM. No ninho democrata foi ameaçado de expulsão em 2010, por flertar com a então candidatura de Geddel Vieira Lima ao governo da Bahia pelo PMDB, mas acabou permanecendo no DEM para ser eleito prefeito no ano passado. Eleição controversa, inclusive. Com denúncias diversas de improbidade da última administração de Itabuna, foi enquadrado pela Lei da Ficha Limpa e teve a candidatura barrada nas instâncias iniciais da Justiça Eleitoral. Obteve o registro da candidatura apenas em dezembro, às vésperas de ser diplomado e então empossado como prefeito, mais uma vez. De lá para cá, foi denunciado por nepotismo, minimizou os questionamentos e seguiu tocando a prefeitura, cada vez mais próximo do governo do estado, comandado pelo adversário a ser batido pelo DEM em 2018. Nesta segunda-feira (9), quando Rui esteve em Itabuna mais uma vez, trocou elogios com o petista e confirmou as expectativas que o rondam desde a posse: largou em definitivo a oposição para aderir à base aliada do governador. Nenhuma surpresa, afinal. Para o gestor de qualquer município, estar alinhado com o governo é muito mais fácil para obter obras e recursos, ainda mais quando o próprio partido não teria garantido apoio financeiro para a campanha de eleição. Para Rui, pouco importa se em outras campanhas o PT de Itabuna foi um ferrenho opositor da política desenvolvida por Fernando Gomes – tendo ele, inclusive, perdido a reeleição para o petista Geraldo Simões, em 2000. É um prefeito de uma cidade expressiva no sul da Bahia e, numa campanha para a reeleição, qualquer apoio é bem-vindo. Fernando Gomes é um símbolo de como o adesismo é tão presente na política local. E de como partidos políticos são instituições falidas do ponto de vista ideológico, seja pelos filiados ou pelos apoiados. Este trecho integra o comentário desta terça-feira (10) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Irecê Líder FM e Clube FM.