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Nágila Brito defende mudança de nome: palavra tem 'carga negativa tremenda'

Por Luana Ribeiro

Nágila Brito defende mudança de nome: palavra tem 'carga negativa tremenda'
Foto: Luana Ribeiro/ Bahia Notícias

A desembargadora Nágila Brito, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), defendeu nesta sexta-feira (18) a mudança da denominação das Varas de Violência Doméstica ou Familiar, que agora são chamadas Varas de Justiça pela Paz em Casa. “Onde é que a mulher vive, onde é o lócus onde vivem as brasileiras. É em casa. Ela é mãe, ela é avó, ela é irmã. Ela trabalha às vezes em casa, mas ela volta para casa para conduzir o seu lar, e ela precisa de paz. A mulher tem direito a viver sem violência. É nesse sentido que a gente quer abolir a palavra violência, porque a palavra tem força, uma carga negativa tremenda. Não temos que naturalizar a violência. Temos que naturalizar a paz”, explicou, ressaltando que a mudança de nome não implicará na alteração da percepção sobre o tema. “Violência contra a mulher é crime”, afirmou, para acrescentar que as varas continuarão processando os agressores e julgando os feminicídios. “Talvez até com mais ênfase”. A 3ª Vara de Justiça pela Paz de Salvador – agora serão sete especializadas no tema em todo o estado – que será inaugurada na tarde desta sexta pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Carmen Lúcia, também marca a chegada da abordagem da Justiça Restaurativa (veja mais). Nágila explica que antes disso já existiam atendimento focado também no agressor, com os “grupos reflexivos”. “Já acontece em muitos estados do Brasil. Anteriormente eram denominados grupos reflexivos. E isso pode ser determinado na sentença, que além da pena que ele vai ter, ele ser obrigado a frequentar grupos reflexivos, que são aulas que ele vai aprender a ser uma pessoa que entenda a mulher como igual. Ele vai entender que ele foi responsável por um crime e por isso ele tem que responder”. A 3ª Vara vai funcionar dentro da Unijorge, expressando uma estratégia para conseguir ampliar a assistência multidisciplinar. “Observem que agora as varas estão sendo instaladas nas universidades, porque lá temos o aprendizado e a ajuda. São estudantes de Direito, de Psicologia, de Serviço Social, que monitorados por profissionais já formados, vão ter essa vivência no seu dia-a-dia”.