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Gestores de empresas jornalísticas debatem sobre desafios da profissão na Ufba

Por Júnior Moreira / Bruno Luiz / Estela Marques

Gestores de empresas jornalísticas debatem sobre desafios da profissão na Ufba
Foto: Lucas Arraz

A Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/Ufba) foi palco, na manhã desta terça-feira (27), da 6ª edição do Ciclos de Jornalismo, uma iniciativa do Núcleo de Estudos em Jornalismo (NJOR), com apoio dos próprios estudantes da graduação. Desta vez, a o tema escolhido foi “Gestão de Empresas Jornalísticas”. “A gente tem se incomodado com alguns assuntos que não vemos discussões aqui em Salvador, a exemplo desse tema. Além disso, tem a motivação natural criada pelas novas diretrizes curriculares do Jornalismo, que sofrerá mudanças, e uma das disciplinas será voltada para gestão de cunhos jornalísticos”, iniciou a professora Lia Seixas, uma das organizadoras do evento. Para compor a mesa redonda, foram convocados Ricardo Luzbel, um dos fundadores do Bahia Notícias ao lado do jornalista Samuel Celestino, o diretor do Correio, Roberto Gazzi, e o Diretor Geral do Instituto de Radiodifusão da Bahia (Irdeb), órgão estadual responsável pela TVE e pela Rádio Educadora, Flávio Gonçalvez. Para Luzbel, que iniciou na área de comunicação em 1983, na TV Itapoan, como estagiário de operação de vídeo, um dos segredos para buscar sucesso no negócio é entender o público que pretende atingir. “Depois é trabalho e foco. Se eu tivesse parado nas primeiras dificuldades do BN, não estaríamos aqui hoje. O mercado publicitário ainda não entende bem a lógica da internet. Não é fácil ganhar dinheiro com o mundo virtual. É difícil implantar essa cultura na cabeça das pessoas”. Em seguida, lembrou que captou a lógica do mundo comunicacional com a experiência. “Meu negócio na comunicação eu aprendi com a vida. A gente erra muito, muito. Vai errando, pedindo desculpas até ir aprendendo. É muito trabalho. É gratificante quando você começa do zero e consegue com responsabilidade e cautela, dando um passo de cada vez, construir tudo isso. Além disso, contei sempre com Samuel que trouxe credibilidade e expertise para o Bahia Notícias ”, lembrou. “Jornalismo na internet é correria. Bebe água limpa quem chega primeiro. Não tem tempo, tem que ser no instinto. No início era muita discussão na redação, pois os jornalistas estavam acostumados com esse ritmo do impresso e da TV. Para se ter uma ideia de como as coisas mudaram, antigamente era proibido no Bahia Notícias usar o Facebook e Twitter. Hoje, não tem como não estar ligado 24 horas nessas redes”, comparou. Já para Gazzi, um dos maiores desafios de gestão é ter assumido um veículo tradicional que busca a transição da lógica impressa para o online. “A gente vem acelerando o processo, mas ainda temos pessoas dedicadas ao impresso. O que estamos buscando é que todo mundo tenha consciência de que estamos fazendo jornalismo. Se vai ser impresso ou digital não importa. Tem que achar o melhor jeito de fazer, produzir e distribuir. Nesse ponto, estou muito contente com o trabalho”, comemorou, antes de deixar um recado para os estudantes: “Um conselho que dou é abrir a cabeça. Os jornalistas precisam chegar com humildade para aceitar as mudanças e estar aberto às inovações. Ninguém é dono da verdade e as pessoas têm que saber disso”. Por outro lado, Gonçalves levantou a questão de dirigir uma instituição pública. Para ele, a rotatividade nos quadros das emissoras, que podem ser modificados conforme a alteração do comando do governo estadual, é um desafio. Na transição entre Jaques Wagner e Rui Costa, por exemplo, o Irdeb saiu das mãos da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) para a Secretaria Estadual de Educação (SEC). Entretanto, segundo o diretor, essas modificações fazem parte do processo democrático, mas é preciso que a sociedade exija que TV e rádio não fiquem à mercê de mudanças políticas. “A cada processo democrático de eleição, você tem uma eleição que apresenta um programa e o povo escolhe com base nesse programa. E na implementação de políticas públicas você tem ganhos e, a depender do momento, você tem também retrocessos. No campo da comunicação pública aqui na Bahia, a gente está falando aqui na Bahia de uma TVE que tem mais de 30 anos, uma Rádio Educadora que vai completar 40 anos. Há respeito e carinho do público muito grande com elas”, afirmou. “É preciso ter profissionais que entendam do que é fazer televisão, rádio e entendam do que é fazer comunicação pública. A gente trabalha para a sociedade baiana. A gente espera que a sociedade entenda isso e assista à TV e ouça a rádio e exija que não tenha muitas mudanças. É preciso retorno da sociedade, que ela diga se é esse caminho que deve ser seguido ou outro”, ponderou. Findada as exposições, a diretora da Facom, Suzana Barbosa, disse ter ficado satisfeita com o debate e reiterou a importância de aproximar os ensinamentos acadêmicos com o mercado profissional. “É um tipo de evento que a gente tem sempre que promover, visando essa relação entre a faculdade e o mercado. Quanto mais conhecimento gerarmos aos estudantes do que são as organizações jornalísticas, melhor. Tivemos aqui três perfis bem distintos e enriquecedor desse ponto de vista”, finalizou.  A mesa redonda aconteceu no auditório da Facom e teve como debatedores a própria Suzana e o estudante de jornalismo Victor Fonseca, criador do site Cinesia Geek.