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Fundação Rockefeller ajudará Salvador a evitar desastres ambientais e diminuir violência

Por Júlia Belas / Rebeca Menezes

Fundação Rockefeller ajudará Salvador a evitar desastres ambientais e diminuir violência
Foto: Jefferson Peixoto / Agecom

Salvador foi uma das cidades escolhidas para participar do programa 100 Cidades Resilientes, da Fundação Rockefeller, que visa desenvolver estratégias, a partir de parceiros globais, para minimizar os impactos de desastres ambientais e de estresses crônicos, como violência, pobreza e fome. A prefeitura encaminhou o requerimento há cerca de dois anos e foi escolhida na terceira rodada do programa por se enquadrar em critérios como desenvolver ações inovadoras, ter recente catálise de mudanças e histórico de parcerias. Em entrevista ao Bahia Notícias, a vice-presidente sênior da 100 Cidades Resilientes, Bryna Lipper, explicou que a gestão demonstrou “uma visão não só de ajudar a cidade em questões como grandes choques que podem ocorrer, como deslizamentos de terra ou inundações, mas também busca proteger a cidade de estresses crônicos, como mudanças climáticas ou falta de moradias de baixo custo, pobreza ou injustiças sociais”. Além disso, para o grupo, Salvador é uma cidade importante para o Brasil e a América Latina. "É uma das que tem profundo significado histórico, tem relações com a herança de muitos dos nossos parceiros africanos, e nós acreditamos que é importante para o mundo que ela se torne uma cidade forte”, avalia a vice-presidente. Entre as ações desenvolvidas na capital baiana que podem ser apontadas como resilientes está, por exemplo, a construção de encostas pelo governo do Estado e pela prefeitura após o desastre que matou 11 pessoas na região de Barro Branco, em abril de 2015. Mesmo assim, Lipper alerta que não devem ser trabalhados não só aspectos relacionados a infraestrutura, mas também devem existir preocupações ambientais e sociais. “Eu acho que cidades podem realmente trabalhar com grandes obras de infraestrutura para torná-las menos vulneráveis a eventos como estes. Isso pode ajudar. Mas eu acredito, e acho que a cidade também acredita, que infraestrutura física, sozinha, não vai fazer a cidade mais forte. A cidade não pode pensar apenas em paredes e barreiras para tratar de questões ambientais. Por exemplo: nós sabemos que plantar árvores nas encostas também ajudam a evitar esse tipo de vulnerabilidade e também ajuda a minimizar as mudanças climáticas”, sugeriu. 


Foto: Manu Dias/GOVBA

A vice-presidente do 100 Cidades Resilientes reforçou, ainda, a importância de lidar com problemas crônicos, como violência. “Este é um importante indicador da coesão da cidade. Crimes e violência, como todos sabem, são indicadores de como estão o sistema Judiciário, ou o acesso à educação, ou como as relações raciais são tratadas. E nós acreditamos que as cidades que têm a coragem de olhar esses problemas e tentarem encontrar soluções para auxiliarem na criação de oportunidades econômicas e sociais justas, podem, afinal, ajudar a reduzir a violência”, elencou. Para isso, contudo, é necessário um trabalho em conjunto dos governos municipal, estadual e federal, além de membros da sociedade civil. “Sem o apoio político e da comunidade local, uma estratégia será apenas um ótimo documento em uma gaveta, que não será executada", defende. “Também acreditamos que parceiros globais podem levar soluções às comunidades locais, assim como a outras cidades”, complementa, citando que membros como Roma (Itália) e Atenas (Grécia) podem auxiliar no desenvolvimento de estratégias voltadas para a manutenção das heranças culturais e históricas. Os parceiros que atuarão nas melhorias em Salvador ainda não foram definidos, e serão escolhidos entre as dezenas relacionados ao programa a partir das soluções que a gestão busca encontrar. "Alguns serão apropriados para Salvador, alguns não. Nós estamos realmente animados que o Banco Mundial vai participar do workshop amanhã, por exemplo. O Bando Mundial está interessado em como podem ajudar Salvador em diferentes questões, como capacitações técnicas e soluções financeiras", exemplifica Lipper. Também não foi indicado, ainda, o Diretor de Resiliência (CRO), que deverá coordenar os trabalhos e garantir o desenvolvimento e implementação das estratégias na cidade. O escolhido, que será apontado pela prefeitura a partir de critérios do programa, receberá uma espécie de salário durante dois anos, assim como uma capacitação para que se torne “um praticante global de resiliência”. Nesta quinta-feira (20), a capital baiana sediará o 1° Workshop Salvador Cidade Resiliente, reunindo líderes e especialistas focados na construção de resiliência na rede. O evento será realizado na Casa do Comércio, na Avenida Tancredo Neves, a partir das 9h, e contará com a presença de Lipper e do prefeito ACM Neto, além de David Jácome Polit, diretor de resiliência (CRO) da cidade de Quito, no Equador, e Paul Procee, do Banco Mundial.