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Lista de Fachin: presidentes da AL-BA e da Câmara não veem impacto no legislativo

Por Bruno Luiz / Guilherme Ferreira

Lista de Fachin: presidentes da AL-BA e da Câmara não veem impacto no legislativo
Foto: Montagem/ Bahia Notícias

As citações a vereadores de Salvador e deputados estaduais na lista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, baseada nas delações de executivos e ex-executivos na Odebrecht não devem afetar os trabalhos na Câmara de Vereadores de Salvador (CMS) e na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Pelo menos, esta é a avaliação dos presidentes das Casas Legislativas, ouvidos pelo Bahia Notícias. Leo Prates (DEM), presidente da CMS, acredita que as investigações ainda estão em uma fase muito preliminar para terem impacto sobre o legislativo da capital baiana. Para Angelo Coronel (PSD), que comanda a AL-BA, “não há nenhum motivo para que a Casa tenha seus trabalhos prejudicados”. Na lista de Fachin, o ex-presidente da Casa, Marcelo Nilo (PSL), Adolfo Viana (PSDB) e o atual líder da oposição, Leur Lomanto Júnior (PMDB), aparecem como beneficiários de recursos pagos como “vantagens indevidas”, segundo os delatores da empreiteira. Coronel defendeu os colegas e afirmou que o dinheiro recebido por eles foi por meio de doações oficiais. “As citações aos deputados foram citações, pelo que eu li, de recursos oficiais, como a lei determinava até aquele ano. Os colegas receberam oficialmente e estão sendo envolvidos no rol dos acusados, juntamente com outros parlamentares do Brasil. Mas não vejo nada que desabone a conduta dos acusados na AL-BA”, minimizou o social-democrata. O presidente da Casa adotou também um discurso crescente entre a classe política de que é necessário dissociar doações para campanha de dinheiro proveniente de corrupção. “A Justiça e os que estão recebendo as acusações têm que começar a mostrar que dinheiro doado pra campanha está totalmente dissociado de dinheiro de corrupção”, defendeu. Coronel ainda firmou ter conversado com os três deputados, e eles demonstraram tranquilidade em relação às acusações. “Eu conversei com todos e senti firmeza com os colegas. Eles não têm nada a temer e estão dispostos a qualquer esclarecimentos para que a verdade prevaleça. E não aconteça o que está acontecendo no Brasil, onde está tudo misturado. Tem que separar o joio do trigo. Há um pré-julgamento. Você é citado sem primeiro averiguar se recebeu dinheiro de corrupção, se entregou alguma contrapartida ao doador. O que precisa ver é isso pra poder não se incriminar pessoas inocentes, que têm conduta ilibada”, ponderou. Na Câmara Municipal, cinco vereadores são alvo de petições: Paulo Câmara (PSDB), ex-presidente da Casa; Henrique Carballal (PV), atual líder do governo; Geraldo Júnior, licenciado para ocupar cargo de secretário na prefeitura de Salvador; Tiago Correia (PSDB); e Paulo Magalhães Júnior (PV). Os documentos encaminhados por Fachin para instâncias inferiores apontam a existência de pagamentos indevidos para campanhas eleitorais. Na opinião de Leo Prates, os trabalhos da Câmara não devem ser impactados nesse momento porque os processos ainda estão na fase de investigação. “A gente continua confiando nesses vereadores. A Justiça está cumprindo seu papel de investigar e eu acho que qualquer homem público está sujeito a investigação", comentou o presidente. Prates também confia que a população de Salvador não vai mudar sua imagem em relação ao trabalho dos vereadores. "A sociedade tem o princípio da presunção de inocência", disse. No caso dos deputados estaduais, as petições enviadas a Fachin pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que trazem as acusações feitas pelos delatores, foram encaminhadas à Procuradoria da República na Bahia e ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, já que o foro dos parlamentares não é o STF. Em relação aos vereadores, os documentos foram enviados à primeira instância da Justiça Federal, a Seção Judiciária da Bahia, e à Procuradoria da República na Bahia. São estes órgãos que vão analisar a necessidade de abertura de inquérito para investigar as denúncias feitas pelos delatores. Os deputados e vereadores envolvidos negam as irregularidades.