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PF intercepta ligação do ministro da Justiça com alvo da Operação Carne Fraca

PF intercepta ligação do ministro da Justiça com alvo da Operação Carne Fraca
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

O atual ministro da Justiça do governo Michel Temer, Osmar Serraglio (PMDB-PR), foi citado na Operação Carne Fraca. Deflagrada na manhã desta sexta-feira (17), a operação investiga a venda ilegal de carnes por frigoríficos através do pagamento de propina a fiscais agropecuários (saiba mais aqui). De acordo com informações da Folha de S. Paulo, uma ligação entre o ministro e Daniel Gonçalves Filho, fiscal agropecuário e superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, foi interceptada. Em fevereiro do ano passado, Serraglio, que na época era deputado federal, telefonou para o fiscal, a fim de obter informações sobre o frigorífico Larissa, de Iporã (PR). Na ligação, o ministro se refere a Gonçalves Filho como "grande chefe". Para a Polícia Federal (PF), o fiscal era o "líder da organização criminosa", que atuava no órgão, permitindo o recebimento de propina em troca de vistas grossas na fiscalização dos frigoríficos. "O cara que está fiscalizando lá apavorou o Paulo [Paulo Rogério Sposito, proprietário da Iporã e investigado na operação], disse que hoje vai fechar aquele frigorífico... Botou a boca. Deixou o Paulo apavorado", comenta Serraglio no telefone. Na sequência, Gonçalves Filho entra em contato com a fiscal da área, com o objetivo de obter informações sobre o assunto. Ela diz que não tem nada de errado com o frigorífico e ele repassa a informação a Serraglio. No entanto, o juiz Marcos Josegrei da Silva e o Ministério Público Federal acreditam não haver indícios suficientes que apontem uma conduta criminosa por parte do ministro. "Não se extraem elementos suficientes no sentido de que o parlamentar (Deputado Federal) que é interlocutor em um dos diálogos, que detém foro por prerrogativa de função, esteja envolvido nos ilícitos objeto de investigação no inquérito policial relacionado a este feito", afirmou o magistrado. O juiz avaliou como "natural" que os servidores do Ministério da Agricultura "busquem auxílio ou intervenção de deputados de seu Estado a fim de viabilizar o atendimento de interesses do órgão" dentro da legalidade. "Essa circunstância, por si, não é indicativa de prática alguma de crime", resumiu. Na investigação também são citados o assessor parlamentar de João Arruda (PMDB-PR), Heuler Iuri Martins, e o assessor de Sérgio Souza (PMDB-PR), Ronaldo Troncha. Assim como Serraglio, ambos foram interceptados em ligações. De acordo com publicação, as gravações apontam que Martins queria interferir em favor dos interesses de frigoríficos no afastamento de fiscais rigorosos das fiscalizações. Um desses fiscais é chamado de "capeta" por Martins. Já Troncha demonstra proximidade com Gonçalves Filho. Ele chegou a receber login e senha do servidor para acessar o sistema de procedimentos administrativos do Ministério da Agricultura. O assessor de Souza recebeu também duas transferências, que totalizam R$ 10 mil, entre 2009 e 2011. A PF suspeita de que ele atue em parceria com Gonçalves Filho. (Atualizado às 10h23)