Na contramão do Brasil, sistema penitenciário da Bahia vive 'tranquilidade', diz secretário
Por Luana Ribeiro / Ailma Teixeira
Foto: Camila Souza / GOVBA
Em apenas 12 dias, três presídios de Manaus e Boa Vista passaram por rebeliões que vitimaram mais de 90 detentos e colocou o sistema penitenciário de estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, em alerta. Na contramão do país, a Bahia está tranquila, de acordo com o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte. "Nós podemos dizer que nós temos uma tranquilidade, ninguém pode garantir que onde tem 1.800 homens presos e membros de facções criminosas, que não possa haver um problema, mas nós estamos com uma inteligência funcional detectando tudo. Com inaugurações, nós vamos ter 13 mil vagas, isso é uma situação inédita no Brasil, nenhum estado conseguiu", exalta Duarte. O secretário pontua que, com os novos presídios, em até 90 dias, devem ser inauguradas 533 vagas em Barreiras, 533 em Irecê, 400 em Juazeiro, 686 em Salvador, 450 em Vitória da Conquista e 1.350 em Feira de Santana. "Desde o governo Wagner e em continuidade com o governo Rui, nós iniciamos o nosso dever de casa, que eram fazer vagas no sistema prisional pra humanizar o sistema, investir em ressocialização, fazer concurso pra novos agentes penitenciários, fazer penas alternativas de crime de menor potencial ofensivo de até quatro anos", elenca o secretário, acrescentando o salto de 800 para 5.200 presos em ressocialização, estudando e trabalhando. Alguns até recebem salário para ajudar a família. "É uma coisa que nos orgulha muito", declara Duarte. Com a unidade de Irecê, se espera que o número de penas alternativas seja ampliado. Além disso, com a transferência dos detentos até março deste ano, as unidades antigas em estado de superlotação vão passar a contar com um efetivo regular. "Claro, ainda temos dois mil presos em delegacia, mas aí a nossa sobrecarga vai ser 15%, o que é muito pequeno a nível de Brasil", compara.