MPF denuncia ex-ministro Paulo Bernardo e outras 19 pessoas

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta segunda-feira (1º) o ex-ministro Paulo Bernardo e mais 19 pessoas por envolvimento nas irregularidades investigadas pela Operação Custo Brasil (veja aqui). Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT-RS), é acusado de crimes de formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A Custo Brasil, desdobramento da Operação Lava Jato, investiga um esquema de desvios de recursos entre os anos de 2009 e 2015 no Ministério do Planejamento, na época em que Paulo Bernardo era ministro, que acontecia através de fraudes no contrato para gestão de empréstimos consignados na pasta. Segundo a Folha de S. Paulo, de sexta (20) até segunda, o MPF ofereceu três denúncias contra os acusados. Em uma das denúncias, os procurados apontam que Paulo Bernardo era “patrono” da quadrilha. No dia 23 de junho, o ex-ministro foi preso por suspeita de receber R$ 7,1 milhões de propina em um esquema envolvendo uma empresa de software, a Consist, que administrava contratos de crédito consignado para funcionários públicos. Investigações apontam que agentes públicos e políticos recebiam pagamentos ilegais a partir do contrato feito com a empresa. Os serviços da Consist eram custeados por uma cobrança de cerca de R$ 1 de cada um dos funcionários públicos que aderiam ao empréstimo. O inquérito aponta que, de todo o dinheiro arrecadado, 70% era desviado para empresas de fachada. A partir dos contratos falsos, os recursos chegavam aos destinatários finais, entre eles o ex-ministro. Bernardo foi solto no dia 29 de junho, por ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.