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Jovem volta de intercâmbio e decide ensinar italiano de graça em Pernambués

Por Luiz Fernando Teixeira

Jovem volta de intercâmbio e decide ensinar italiano de graça em Pernambués
Heriton Bacelar, em Roma | Foto: Reprodução / Facebook
Um estudante de Salvador foi um dos milhares de jovens que aproveitaram o programa Ciências sem Fronteiras durante sua graduação, ingressando na Sapienza Università di Roma por um ano. Quando voltou, porém, Heriton Bacelar sentiu que poderia usar sua experiência para auxiliar, de uma forma positiva, outras pessoas do bairro de Pernambués, onde ele é nascido e criado. Com esse pensamento na cabeça, o graduando em Tecnologia em Petróleo e Gás decidiu começar a ensinar italiano na localidade, de graça, a partir de novembro. “Sei bem da escassez de preparo e recursos que enfrentamos. Então resolvi motivar e ensinar pessoas que não possuem condições de pagar as mensalidades exorbitantes das famosas escolas de idiomas situadas em bairros nobres de Salvador, a falarem um segundo idioma, no caso, o italiano. As oportunidades aumentam para os que falam uma segunda língua, e nada melhor do que começar a semear essas oportunidades no meu próprio bairro”, disse Bacelar em um bate-papo via Facebook. Foi através da rede social que o estudante resolveu divulgar sua ideia, que já teve adesão de cerca de 15 pessoas. “As pessoas têm consciência de que é preciso falar outros idiomas, principalmente o inglês, porém elas não se sentem motivadas a isso. Acho que por conta disso não houve procura. Eu só preciso mostrar a elas o mundo de possibilidades que vai além das gramáticas cansativas e desinteressantes”, afirmou.


Bacelar durante visita ao Coliseu | Foto: Reprodução / Facebook

Heriton criou uma página, Um Favelado na Europa, para compartilhar suas impressões sobre o continente em que conviveu com pessoas que falavam de três a seis idiomas fluentemente e que incluíram uma visita a uma escola na Holanda em que crianças já eram educadas desde pequenas em mais de uma língua. “Aquilo me deixava assustado e ao mesmo tempo determinado a escolher o ensino do italiano como contribuição imediata no meu retorno ao Brasil”, refletiu. De acordo com Bacelar, o ensino de idiomas na escola formal é “precário” e o aluno normalmente não sabe a razão  de estudar um outro idioma. Ele mesmo viajou para a Itália sem dominar o italiano: fez um curso intensivo de um mês e seguiu com aulas por outros cinco meses, tendo fluência através do convívio diário. Heriton não esconde que tem interesse seguir em frente com sua iniciativa. “Seria um prazer fazer algo que possa ser contínuo, com mais turmas e disponibilidade de horários, mas pra isso é necessário certo investimento. O importante agora é fazer o pouco que posso e  participar de debates sobre o ensino de idiomas na educação formal, para que comece a gerar mudanças”, acredita. Após sua chamada inicial, duas pessoas fluentes em inglês o procuraram para também ensinar de graça no bairro e Bacelar ainda espera que o número de pessoas aumente, por achar que há espaço para que a ação cresça na cidade.