Auditores da CGU temem fatiamento de órgão caso haja perda de status de ministério
Por Luiz Fernando Teixeira
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A reforma ministerial que a presidente Dilma Rousseff (PT) pode implantar causa incômodo entre os servidores da Controladoria Geral da União (CGU). Isso porque eles avaliam que o órgão poderá perder o status de ministério e ser desmembrado, o que afetaria o trabalho. “Isso vai criar um problema com um princípio básico: a CGU não pode fiscalizar ministério sem ter a mesma posição hierárquica”, afirmou Márcio Sampaio, membro do Comitê Local da UNACON (entidade representativa dos auditores da CGU). De acordo com ele, a perda do status de ministério interfere também no processo de responsabilização das empresas envolvidas na Operação Lava Jato, por exemplo. “Já expulsamos mais de cinco mil servidores envolvidos em casos de corrupção. Como isso vai acontecer sem o ministério?”, teoriza Sampaio. Representantes da categoria de todos os estados foram a Brasília para demover a presidente da ideia de mudar o status da CGU, com a ameaça de entrega geral dos cargos caso isso aconteça. Eles temem que ocorra um fatiamento do órgão, que hoje aglutina funções de auditoria, fiscalização, prevenção, corregedoria e ouvidoria. “Por exemplo, a auditoria iria para a Casa Civil, que é um ambiente político. Isso não combina com um cargo técnico”, declara Sampaio.