Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Geral

Notícia

Seita com trabalho escravo dizia que demônio ia colocar chip na cabeça das pessoas

Seita com trabalho escravo dizia que demônio ia colocar chip na cabeça das pessoas
Foto: Reprodução / EPTV
A seita religiosa desarticulada nesta segunda-feira (17) pela Polícia Federal alegava que o demônio colocaria chips na cabeça das pessoas a não ser que elas se isolassem na comunidade. Para garantir a “salvação”, contudo, os fiéis teriam que doar todos os seus bens, como casas, carros e dinheiro, e trabalhar sem remuneração. Foi isso, inclusive, que deu munição para a ação da PF: investigada desde 2011, quando tinha cerca de 6 mil membros, a comunidade “Jesus A Verdade que Marca” foi denunciada em abril de 2013 por trabalho análogo à escravidão. A PF calcula que a soma dos bens doados chega a R$ 100 milhões, dinheiro que também seria utilizado na compra de carros e casas de luxo pelos líderes. Ao todo, 129 mandados judiciais foram cumpridos nesta segunda em 13 municípios, cinco deles no Vale do São Francisco, na Bahia: Barra, Ibotirama, Remanso, Morpará e Cotegipe. Os envolvidos vão responder pelos crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Segundo o Correio, ex-integrantes da seita tentam reaver parte dos bens doados à quadrilha. Uma das vítimas, um aposentado com 72 anos contou que o pastor o convenceu a vender seu carro e sua casa e doar mais de R$ 30 mil porque “todas as estradas iam se fechar e colocariam chips na cabeça das pessoas”. “O pastor disse que só quem fosse para aquela região de Minas conseguiria viver bem”, afirmou. Para evitar a saída de pessoas do grupo, os líderes alegavam que “os demônios destruiriam aqueles que saíssem e passavam uns filmes da inquisição”. Os adeptos ainda tinham que enfrentar as disparidades da comunidade. Apesar de afirmarem que “tudo era de todos” e se tratarem por irmãos, ex-membros afirmam que havia diferenças nos tratamentos. “Eu passava as noites limpando tripa, cabeça e pé de boi para comermos. A carne ia para os líderes”, contou uma ex-adepta da seita. “É um grupo extremamente fechado, que busca pessoas em situação vulnerável e as mantêm nas propriedades com uma alta carga de doutrinação”, explicou o delegado responsável, João Carlos Girotto. Nenhum representante da seita foi localizado para comentar a denúncia.