Política de saúde para população negra precisa mudar SUS e se interiorizar, diz especialista

A Política Nacional de Saúde da População Negra vive um momento crítico e precisa ser revista. Próximo às comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra, lembrado no próximo dia 20, segundo a consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil e doutora em saúde pública, Maria Inês da Silva Barbosa, é necessário haver maior distribuição das ações no país, além de foco nos indivíduos através do Sistema Único de Saúde (SUS). “Falar da Política Nacional de Saúde da População Negra é falar de mais da metade do Brasil. E a política é tratada como uma política especial”, disse e completa: “para que o Sistema Único de Saúde dê certo, a política tem que ser tratada com a propriedade que merece”. Segundo a especialista, a construção de uma Política Nacional de Saúde da População Negra precisa de vontade política, principalmente no âmbito do SUS. O desafio, segundo ela, é interiorizar a proposta para que as ações cheguem na ponta. “Me parece que só sermos maioria não está sendo suficiente. É preciso reconhecer limites e possibilidades. É uma política complexa, assim como o SUS é complexo. Precisa haver compromisso efetivo e desracializante. Estamos falando da imensa maioria da população brasileira. Não é um problema localizado”, destacou. Segundo o Censo de 2010 do IBGE, 51% da população brasileira se declara preta ou parda.  Informações da Agência Brasil.