'Inflação está em 0%', defende Dilma; disputa com Marina é mais incisiva que contra Aécio
Por Rebeca Menezes/ Luiz Teixeira
Foto: Ichiro Guerra/Divulgação
No segundo bloco, os candidatos responderam perguntas de jornalistas. Na primeira, Fernando Rodrigues do UOL citou sobre os R$ 1,6 milhões arrecadados por Marina Silva (PSB) em palestras que ela recebeu nos últimos três anos e questionou se as cláusulas de confidencialidade não eram incoerentes com a defesa de uma "nova politica". A candidata defendeu, então, a separação entre sua vida privada e vida política, e explicou que as cláusulas de confidencialidade foram pedidas pelas empresas que a contrataram. "Todo mundo sabe que eu faço palestras para defender a sustentabilidade", afirmou, ao defender que nunca aceitou buscar cargo público para sobreviver. Inclusive, diz, não cobrou por palestras enquanto era parlamentar e, mesmo quando fez disso sua profissão, deu mais de 200 palestras gratuitas. Em seu comentário, Dilma disse considerar que, quando se assume um cargo público, há responsabilidade sobre a transparência - que inclusive seria uma nova e importante exigência - porque senão todo o processo não se torna problemático. "Eu nunca deixei de fazer algo que não fosse a favor dos brasileiros", afirmou. "A Receita Federal é testemunha de que pago todos os meus impostos com transparência", rebateu Marina. Segundo ela, seria importante um comparativo com políticos como Fernando Henrique Cardoso e Lula, que também fazem palestras, para que não ocorresse "dois pesos e duas medidas". A candidata Dilma Rousseff (PT) foi perguntada acerca da baixa popularidade do seu governo e do fato de que perderia o segundo turno para Marina Silva (PSB), de acordo com as pesquisas. Dilma disse que a popularidade está baixa momentaneamente por conta da seca e da queda na atividade econômica. “Nós não estamos em recessão porque o mercado consumidor aumenta por causa do emprego e do aumento do salário. A inflação está em 0%. Já a economia internacional não se recuperou da crise, EUA, Alemanha e Japão tem altos e baixos. É fato que isso mostra que a crise não acabou, nossa diferença é que não desempregamos e arrochamos salários”, declarou Dilma. Para comentar a resposta, Marina Silva afirmou que Dilma não reconhecesse os seus erros. “Ela disse que ia controlar a inflação e manter o crescimento. Temos situação de juros altos e a população paga um preço muito alto, é só ver as manifestações de junho”, afirmou. Dilma disse que é preciso ter cuidado com diagnósticos errados, que levam a soluções erradas. “Isso vai levar a dificuldade de regulação do sistema financeiro. Os pessimistas de plantão diriam que a Copa do Mundo iria dar errado, mas só dentro de campo, porque o povo impediu isso de acontecer”, finalizou.
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