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'Estamos gritando por socorro', diz agente que realiza paralisação no complexo da Mata Escura

Por Fernanda Aragão

'Estamos gritando por socorro', diz agente que realiza paralisação no complexo da Mata Escura
Foto: Ascom Sinspeb
As atividades no Complexo Penitenciário Lemos de Brito, no bairro da Mata Escura, estão suspensas, nesta quinta-feira (20), por causa de uma paralisação dos trabalhadores. De acordo com o Sindicato dos Servidores Penitenciários (Sinspeb), os profissionais cobram a realização de concurso público e alegam ter o pior salário da segurança pública no estado. Eles também denunciam problemas relacionados à infraestrutura das unidades prisionais e dizem que o sistema tem funcionado com até 150 presos por agente. “Nós estamos gritando por socorro. Os agentes estão se sacrificando e as agressões dos presos são constantes. Eles se revoltam por causa das celas superlotadas e descontam nos agentes. Hoje, quem manda no sistema prisional são os detentos”, desabafa o coordenador-geral do Sinspeb, Geonías Santos, em entrevista ao Bahia Notícias.

Segundo Geonías, a precária infraestrutura de segurança do complexo permite que drogas e armas "brancas" sejam jogadas para o interior dos presídios e os agentes não dão conta de toda a fiscalização. Ainda segundo o coordenador, foi realizada uma reunião, nesta terça-feira (18), entre o sindicato e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), na qual os agentes foram informados que o governo não poderá realizar concurso público. Esta havia sido uma das reivindicações apresentadas pelos trabalhadores em um encontro anterior, no mês de janeiro, quando a entidade de classe entregou ao órgão um relatório de mais de cem páginas com fotografias que demonstram as condições do complexo prisional. Nesta quinta, as visitas aos detentos estão suspensas e as atividades administrativas, educacionais, laborativas e religiosas paralisadas. Na sexta-feira (21), os servidores preveem continuar paralisados pela manhã e, após o meio-dia, dirigirem-se aos seus locais de trabalho, mas sem realizar atividades excedentes. A assistência médica também está limitada a casos de urgência e emergência. “Será executado apenas o essencial à sobrevivência do preso, pois não há mais condições de trabalhar sem efetivo e em condições tão precárias”, conclui Geonías. A Seap informou que se pronunciará a respeito do protesto ainda na manhã desta quinta.