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'Não é possível dar conta sozinho', diz Geraldo Reis sobre a importância das brigadas

Por Ana Cely Lopes

 'Não é possível dar conta sozinho', diz Geraldo Reis sobre a importância das brigadas
Foto: Reprodução/ Arquivo Anjos da Chapada

“O que move o nosso trabalho é amor ao próximo”, foi o que disse o socorrista Gildo Carneiro, de 29 anos, durante a conversa com o Bahia Notícias. Ele é vice-presidente da Brigada Voluntária Anjos da Vida, que atua na região de Conceição de Coité, e é brigadista há quatro anos. Cerca de nove anos atrás, quando ele se acidentou e se tornou cadeirante, não imaginava que seria tão bem recebido na brigada. "Não existe isso de distinção de credo, cor ou gênero. Aqui temos pelo menos cinco pessoas com deficiências físicas", afirmou. É que em uma brigada com 60 voluntários como a Anjos da Vida há muito trabalho administrativo e organizacional envolvido nas operações, e é exatamente esse trabalho que ajudou a alcançar um número de mais de 7 mil atendimentos nos últimos oito anos de atuação. Para quem se interessou pela história de Carneiro, segue um vídeo:


 

Entretanto, ser voluntário não é tão fácil assim. Quem se interessa deve passar por um curso de Bombeiro Civil e um de primeiros socorros. Além disso, o candidato deve estar pronto para cumprir pelo menos um plantão de 24h por mês ou quatro plantões de 4h. Atualmente Carneiro é um dos motoristas da brigada, atuando diretamente nas emergências. "Como aqui na região temos poucos carros da Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência], atendemos muitas vítimas de acidentes automobilísticos”, explicou. Já em municípios do semiárido, as brigadas atuam principalmente em incêndios florestais que costumam ser recorrentes durante a época da primavera e do verão. De acordo com o secretário do Meio Ambiente (Sema), Geraldo Reis, é sempre importante ter uma força local preparada para uma ação imediata quando for necessário. "Por mais que o governo se esforce, não é possível 'dar conta' sozinho. O voluntariado já está se tornando cultura em algumas regiões e temos estreitado laços com várias brigadas, inclusive adquirimos por meio do programa Bahia Sem Fogo R$ 1,6 milhão em equipamentos", explicou. Sobre a qualificação dos brigadistas, o secretário disse que não existe uma homogeneidade nos critérios. "[os critérios] São autônomos. Já vi algumas brigadas que só aceitam pessoas que tenham emprego, por exemplo", declarou Reis. Comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militares da Bahia, coronel Francisco Macêdo acredita que o sucesso no atendimento às ocorrências está na capacitação dos brigadistas e no trabalho organizado, em conjunto com os grupamentos.




Foto: Reprodução/ Facebook / Anjos da Chapada



"Muitas vezes um contingente numeroso sem técnica não produz o que um contingente menor e com técnica produz. Nós temos ministrado diversas palestras para que os voluntários tenham possibilidade de atuação técnica", avaliou. Os brigadistas que quiserem atuar em incêndios, por exemplo, devem ser fisicamente capacitados e, de acordo com o comandante-geral, não dá para entrar no meio do fogo sem treinamento para salvar alguém. "O fogo consume muita energia, o trabalho de combate ao incêndio é muito cansativo. As pessoas devem possuir destreza e conhecimento, além de estarem fisicamente preparados para o combate antes de entrar em ação", disse. Sobre o trabalho dos brigadistas, Reis comenta que a relação entre os grupamentos e os voluntários nem sempre foi boa. "Já houve épocas em que brigadistas não se relacionavam bem com os corpos de bombeiro ou com a Secretaria do Meio Ambiente. Há um processo de mudança e o relacionamento está cada vez melhor", afirmou. Para o secretário, o fato de a Sema ter adquirido alguns equipamentos já é uma forma de se aproximar dos brigadistas e agradecer pela atuação. "Agora estamos licitando a parte de logística e transporte terrestre, para que o Bahia Sem Fogo, programa do qual as brigadas também fazem parte, seja mais estruturado, permanente", ressaltou.