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Formados sem diploma: Alunos da UFSB relatam problemas para progressão de curso

Por Ana Cely Lopes

Formados sem diploma: Alunos da UFSB relatam problemas para progressão de curso
Foto: Divulgação/ UFSB

Alunos da primeira turma formada nos Bacharelados Interdisciplinares (BIs) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) relatam que estão com problemas para progredir para os cursos específicos e para receberem o diploma. "Acabamos o BI em setembro e agora estamos em um limbo. Não progredimos para demais cursos e não somos formados em nada", declarou o estudante Vinícius Pessoa, de 25 anos. De acordo com a assessoria de comunicação da UFSB, o problema na documentação para formatura dos alunos está no sistema integrado de gestão acadêmica, que, mesmo após três anos, ainda está sendo implantado, customizado e parametrizado. "Requer das equipes de trabalho as análises dos percursos acadêmicos dos diversos estudantes, vinculados aos nove cursos ofertados pela Universidade", informou. Com a dificuldade de publicar a lista de formados, não foram cumpridos os prazos de integralização curricular e colação de grau que haviam sido aprovados pelo Conselho Universitário (Consuni). Outra questão delicada, apontada pelo aluno Olavo Grangeiro, de 35 anos, é que durante os três anos de BI saúde, o Projeto Político Pedagógico (PPP) mudou mais de três vezes. "Teve gente que fez disciplina que não precisava fazer. Há também um atraso para determinação das normas para progressão dos cursos específicos", explicou Grangeiro, que continuou. "É muito difícil jogar um jogo em que as regras mudam constantemente. É como disputar xadrez em um tabuleiro em que as cores brancas e pretas são embaralhadas a cada 5 minutos", reclamou. Sobre a questão, a universidade admitiu estar atrasada na definição do processo seletivo para os cursos do segundo ciclo, como Medicina, Direito e todos os outros. "Diante do reconhecimento institucional do atraso quanto à disponibilização dos critérios, a UFSB está comprometida em não causar nenhum prejuízo aos estudantes", declarou em nota. Até o momento, apenas alguns critérios foram aprovados pelo Consuni e, entre eles, está a Resolução 1/2017 (veja aqui), que especifica a entrada em Medicina. O problema é que até essa definição preocupa. "Quando entramos na universidade disseram que o critério seria os maiores Coeficientes de Rendimentos (CR). Continuaram com o CR, mas ficou resolvido que este será calculado de forma diferente, dando peso a determinadas matérias em detrimento de outras", disse a estudante do BI Ana Clara Pereira, 19 anos. Para ela, a indefinição prejudicou os estudantes. "Tem colegas que estão passando por sofrimento terrível por conta da situação. Estamos buscando assessoria jurídica", concluiu. A situação é a mesma em todos os BIs, mas aflige especialmente aos alunos que tentam progredir para Medicina, por conta do número de vagas e da ampla concorrência. "Já tenho outra formação e tive que largar meus empregos para conseguir concluir a universidade. Sofremos prejuízos emocionais e financeiros com essa indecisão", afirmou Grangeiro. A universidade declarou que as reuniões do Consuni estão sendo realizadas semanalmente para definição das regras para entrada no segundo ciclo. "A expectativa institucional é a publicação e processamento do processo seletivo para os cursos de segundo ciclo até o início de dezembro de 2017", informou a assessoria. A recomendação da UFSB é que estudantes que se sentirem desamparados financeiramente tentem conseguir auxílio por meio de bolsas de permanência, assistência estudantil ou alimentação. Já os interessados em assistência social e psicológica devem entrar em contato com servidores da UFSB especializados nessas áreas. "Nenhum estudante perderá seu vínculo institucional em virtude do processo de seleção para os cursos de segundo ciclo", alegou a instituição.