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Baianos vencem o XVIII Prêmio Arte na Escola Cidadã com projetos que unem teoria e prática

Por Ana Cely Lopes

Baianos vencem o XVIII Prêmio Arte na Escola Cidadã com projetos que unem teoria e prática
Foto: Reprodução/ IHAC – UFBA

"Considerando a falta de materiais e de reconhecimento, trabalhar com arte em uma escola pública é um desafio", declarou a professora Leide Silva, um dos baianos ganhadores do XVIII Prêmio Arte na Escola Cidadã. A premiação, que é uma parceria entre o Instituto Arte na Escola e Unesco, busca ocupar uma lacuna de valorização e incentivo do ensino de Artes em escolas brasileiras, disciplina muitas vezes deixada de lado quando colocada em comparação com Português ou Matemática. "É uma matéria que não é tão valorizada, mas o primeiro passo é esse reconhecimento", falou Leide. Vencedora no segmento de Educação Fundamental II, a professora trabalha na Escola Municipal São Francisco, em Mata de São João e criou o projeto "Deslocamento de experiências artísticas e estéticas: da vida para a escola, da escola para a vida". O objetivo é fazer uma relação entre a arte contemporânea e a cultura local. "Foi um projeto mais voltado para arte urbana, de rua, para sair dos muros da escola. Fizemos teoria e pratica: trabalhamos com leitura, interpretação, o fazer artístico. Depois criamos e fizemos intervenções", explicou Leide. Foram desenvolvidas ações interativas, de audiovisual, com estêncil, com lambe-lambe. "Como resultado os alunos se tornaram mais instintivos, começaram a pensar mais sobre a própria cultura e criar uma relação com a arte", apontou. Na região da Chapada Diamantina, um professor da Escola Municipal Manoel Afonso, em Palmeiras, teve um projeto ganhador. Com "Era uma Casa", Whebert Walace Costa, docente do Ensino Fundamental I, desenvolveu a percepção dos alunos sobre as residências da cidade. "Graças a Deus eu trabalho em uma escola que valoriza o ensino de arte, uma matéria que é tratada muitas vezes como escanteio", explicou. Iniciado em 2016, o "Era uma Casa" foi criado a partir da percepção de que há residências diversas formas. As atividades do projeto incluem também a teoria e a prática. "Além da história e o ensino sobre design e arquitetura, os alunos desenharam casas, criaram com papelão de forma tridimensional e tiraram fotografias", disse Whebert. Para ele, ganhar o prêmio é também uma forma de autoafirmação. "A educação na Bahia talvez não esteja com a maior média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas é importante perceber que existem escolas em que há profissionais de diversas áreas que realmente se dedicam ao trabalho", explicou. Para ele, a dedicação dos professores tem resultado direto na relação dos alunos com a escola. "Mesmo com dificuldade os professores conseguem fazer a diferença", reiterou. Como prêmio, os docentes recebem R$ 10 mil, a chance de ter uma experiência cultural em São Paulo e o registro do projeto em um documentário produzido pelo Instituto Arte na Escola. As escolas também são beneficiadas e recebem equipamentos e livros para biblioteca.