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Falta de ‘vontade’ impede que assassino de bailarino Augusto Omulu seja julgado

Por Cláudia Cardozo

Falta de ‘vontade’ impede que assassino de bailarino Augusto Omulu seja julgado
Ator e bailarino foi morto em 2013 | Foto: Divulgação

A possível impunidade do assassino confesso do ator, bailarino e coreógrafo Augusto Omulu, morto há cerca de quatro anos, preocupa o advogado Rogério Mattos, que atua como assistente na acusação no caso. Segundo o advogado, a Vara do Júri e de Execuções Penais de Lauro de Freitas ainda não marcou o júri do réu confesso, Cléverson Santos Teixeira, de 24 anos, por “falta de vontade”. O crime aconteceu no dia 2 de junho de 2013, na Praia de Buraquinho (relembre aqui). O dançarino, de forma trágica, foi morto com uma punhalada no pescoço, sem possibilidade de defesa. Ainda em agosto de 2013, a denúncia contra o réu, por homicídio e furto, foi oferecida à Justiça pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA). Ele foi preso pela primeira vez no dia 2 de agosto de 2013 (leia aqui). A defesa pediu que o acusado não fosse condenado pelos crimes indicados, mas no curso do processo, Cléverson confessou o crime. Disse que foi chamado pela vítima para “fazer um programa”, que eles se encontraram em um bar, disse que não fazia programas, mas que a vítima afirmou que lhe pagaria R$ 100. Antes do crime, passaram em um posto de combustível, quando o denunciado comprou três latas de cerveja e um maço de cigarros. No sítio, na Praia de Buraquinho, mantiveram relação sexual. Cléverson disse que Augusto não o deixou ir embora e trancou a porta com chave, pois queria manter a relação sexual, em outra posição. Neste momento, o réu o atingiu com golpes de faca no pescoço, abriu a porta e saiu. No dia 3 de fevereiro de 2015, a Justiça determinou que Cléverson fosse julgado pelo júri popular de Lauro de Freitas. Apesar do indicativo de julgamento, a juíza Jeine Vieira Guimarães, da Vara do Júri, permitiu que o réu recorresse em liberdade, “tendo em vista que desde o relaxamento de sua prisão vem comparecendo espontaneamente a todos os atos processuais e não há qualquer indício de que tenha tentado interferir a instrução criminal ou fugir para furtar-se da aplicação da lei”. Em novembro de 2015, Cléverson foi preso por tentativa de roubo no bairro da Liberdade, em Salvador (veja aqui). O réu chegou a recorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A Corte negou o pedido do réu e manteve o julgamento em júri popular. “O réu é confesso e retirou a vida do Augusto Omolú de forma cruel, por motivo fútil, além de tentar ocultar o motivo do crime, sendo, portanto, o crime de homicídio com três qualificadoras”, diz Rogério Mattos. “Queremos levá-lo o mais rápido possível a julgamento, onde o mesmo, devido à gravidade dos fatos e inequívoca dúvida de que ele é o assassino, sem dúvidas será abraçado por uma pena bem próxima da máxima, que é de 30 anos”, explica o advogado. O bailarino era assistente de direção do Balé do Teatro Castro Alves.