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CNJ aposenta Juiz Vitor Bizerra por usar cargo para defender interesses pessoais em Sento Sé

CNJ aposenta Juiz Vitor Bizerra por usar cargo para defender interesses pessoais em Sento Sé
Foto: Agência Câmara

O juiz Vitor Manoel Sabino Xavier Bezerra foi condenado a aposentadoria compulsória pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por se valer do cargo para defender interesse pessoal, relacionada a terras de sua propriedade, na cidade de Sento Sé, na região do Vale do São Francisco, na Bahia. De acordo com o relator do processo administrativo disciplinar, conselheiro Carlos Levenhagen, o juiz usava o cargo para atuar em conflito agrário em uma área valorizada para geração de energia elétrica, com obtenção de informações privilegiadas e uso de aparato policial em seu favor. O relator afirma que ficou constatado o desvio de finalidade, já que o magistrado solicitou ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) a sua transferência para a Comarca de Sento Sé, em agosto de 2012, omitindo do tribunal que sua intenção era defender seu interesse como proprietário de terras em conflito na região, que envolvia a empresa de energia eólica Biobrax S/A Energias Renováveis. “Não restam dúvidas de que o magistrado tinha conhecimento da situação conflitante de suas terras e que todo o contexto foi omitido da Presidência do TJ-BA, induzindo a corte a entender que a mudança de comarca estaria apenas atendendo ao interesse público de carência de magistrado na região”, diz o conselheiro. As provas indicam que o juiz mandava pessoas que residiam próximo ao terro a derrubarem uma torre de energia eólica e um imóvel. Vitor Bizerra também foi acusado de usar a força policial para invadir terrar com alegação de existência de milícia armada a serviço da empresa, que nunca foi encontrada. O relator também diz que o magistrado não colaborou com a investigação, não respondendo as intimações. Durante o julgamento, a ministra Cármen Lúcia, presidente do CNJ, afirmou que o Brasil superar seu estado patrimonialista. “Realço a impossibilidade de um juiz permanecer na magistratura com esse tipo de conduta a ensejar que não se tenha a superação de um estado de pouca civilidade”, diz a ministra. O magistrado já se encontra afastado há três anos. O CNJ vai encaminhar a decisão para o Ministério Público da Bahia (MP-BA), que põe fim ao caráter vitalício da função, para que o magistrado seja investigado por improbidade administrativa e responda a ação como um cidadão comum na esfera judicial. Vitor Bizerra também atuou no caso polêmico envolvendo adoção de crianças na cidade de Monte Santo. Em 2015, o CNJ aplicou pena de advertência, mas quando foi aplicada, já havia prescrito.