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Violência contra crianças diminui no carnaval, mas trabalho infantil aumenta, diz defensora

Por Cláudia Cardozo

Violência contra crianças diminui no carnaval, mas trabalho infantil aumenta, diz defensora
Centros de convivência estão vazios | Foto: Agecom
A defensora pública Carmen Novais, que atua há 10 anos no plantão da Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) na área da Infância, afirma que, em 2016, o número de situações de violência física contra crianças e adolescentes reduziram muito. A defensora também aponta que não há registro no aumento de casos de crianças e adolescentes por atos infracionais, e que será possível verificar se houve uma redução no fim do plantão do carnaval. O motivo para redução no índice de violência infantil pode estar relacionado, segundo ela, as ações desenvolvidas pela rede de proteção à criança e ao adolescente, e ao Comitê de Proteção à Criança, criado em 2013. Por outro lado, a defensora diz que o número de crianças, e, principalmente, adolescentes, em situação de trabalho, cresceu muito. “A gente verifica que a cada 10 isopores, pelo menos quatro têm crianças e adolescentes trabalhando, talvez tenha mais, pois na hora que a gente passa, elas podem não estar ali”, afirma Carmen Novais. Para a defensora, a razão para o aumento do trabalho infantil é o aumento do número de ambulantes cadastrados na prefeitura para comercializarem produtos, principalmente bebidas alcoólicas, nos circuitos do Carnaval de Salvador. “Aumentou número de ambulantes cadastrados e clandestinos, e todos eles trouxeram filhos, especialmente adolescentes, para ajudar no trabalho”, pontua. Outro fator que pode ter aumentado o índice de trabalho infantil é a atual situação de desemprego que atravessa a cidade, e o carnaval pode ser visto como uma fonte de renda extra neste período. Carmen diz que a Prefeitura de Salvador equipou de forma qualificada os centros de convivência, criados mais para atender os filhos de ambulantes, e que eles estão com baixa frequência. A equipe itinerante da Defensoria, da qual a defensora faz parte, tem abordado os ambulantes para orientá-los e informá-los que é proibido e que não é recomendável o trabalho infantil, “inclusive por questão de saúde”. A Defensoria emitiu um ofício para Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) para que amplie a fiscalização e adotem as medidas necessárias para tirar as crianças da situação de trabalho na festa. Segundo Carmen, cabe a Semop realizar a fiscalização por ter sido a pasta a liberar os alvarás para os ambulantes. A Defensoria, em última instância, pode adotar medidas judiciais caso os resultados, ao fim do carnaval, demonstrem que houve desatendimento as solicitações do órgão na defesa da criança.