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Palestra sobre ginástica íntima para promotoras e procuradoras de Justiça gera polêmica

Por Cláudia Cardozo

Uma palestra realizada na sede do Grupo de Atuação em Defesa das Mulheres (Gedem), em Salvador, gerou uma polêmica por ter como tema a saúde sexual para procuradoras e promotoras de Justiça, servidoras e estagiárias de nível superior do Ministério Público da Bahia (MP-BA). O cartaz de divulgação do evento, voltado para o público interno da instituição, foi distribuído como viral no WhatsApp, principalmente, de pessoas que trabalham no sistema de Justiça do estado. A palestra “Fitness Sex – a ginástica íntima” foi proferida pela fisioterapeuta uroginecológica Patrícia Lordelo, nesta segunda-feira (23). De acordo com a coordenadora do Gedem, promotora Márcia Teixeira, “tudo relacionado à sexualidade, a mulheres e a comunidade LGBT gera polêmica”. A promotora diz que ficou surpreendida com a repercussão da palestra. “Eu fiquei surpreendida, porque saiu do nosso território, foi discutido em outros estados. Ao mesmo tempo em que me assusto com a proporção da repercussão, fico com a sensação de pioneirismo, de expansão do diálogo, para que o ambiente que eu trabalho seja menos preconceituoso”, diz. A promotora conta que as mulheres representam quase 54% do quadro do MP baiano. “Nossa intenção é levar não só informações para o público externo, que nós atendemos, como também para as mulheres do quadro da instituição, sobre relação sexual, sobre a perda da urina, da incontinência urinaria, para pessoas da terceira idade, dos cuidados que a mulher precisa ter com o sexo, de nos exercitarmos, de exercitamos outras áreas do corpo. Também foi um momento para desmistificar que o parto cesárea protege as mulheres de algumas fragilidades. Foi falado que, pelo contrário, o parto natural fortalece a musculatura interna das mulheres”, conta. No total, 52 mulheres participaram do evento. Apesar de muitas participantes terem acesso mais fácil à informação, a promotora disse que a surpresa é que muitas que estavam ali não sabiam dos cuidados que precisam ter, como servidoras mais jovens. A promotora diz que é preciso lançar uma reflexão sobre o tema, pois são profissionais que precisam dar pareceres, atender mulheres, a comunidade LGBT, lidar com casos de violência sexual, de crimes contra dignidade sexual de crianças, e se posicionarem diante disso, e que não comporta mais um comportamento moralista. “Falta reflexão sobre sexualidade”, pontua. Como promotora de Justiça que atua com violência doméstica contra mulher e da saúde, Márcia Teixeira diz já estar “acostumada a lidar com o preconceito”. “Precisamos rever essas amarras do preconceito, inclusive no sistema de Justiça”, frisa. A palestra será estendida para a Rede de Proteção à Mulher, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde.