Justiça anula decisões de juiz flagrado com bens de Eike Batista; apreensão dos bens continua

O voto do desembargador Marcello Granado, da 2ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal do Rio de Janeiro (TRF-RJ), determinou, na tarde desta terça-feira (3), o afastamento do juiz Flávio Roberto de Souza do processo por crimes financeiros sofrido pelo empresário Eike Batista. Com a decisão, todas as determinações do processo ficam anuladas. Outro juiz, a ser decidido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ainda nesta terça, cuidará do processo. No entanto, a decisão mantém a apreensão dos bens do ex-bilionário. O desembargador afirmou que o juiz “estava inapropriadamente envaidecido por ser assediado por tantos e jornalistas” e que ele se “considerou numa cruzada contra aquele que foi o homem mais rico do Brasil“. Sérgio Bermudes, um dos advogados de Eike, mostrou satisfação com a decisão, mesmo com a manutenção do bloqueio dos bens. "Para nós, a questão fica resolvida, já que foi decidido que o juiz Flávio é incapaz de decidir qualquer coisa sobre o caso Eike”, afirmou. Segundo o TRF-RJ, o afastamento de Flávio foi uma medida administrativa, não impedindo a apreciação da medida judicial, já que elas ocorrem em esferas distintas. O pedido de afastamento foi feito pela defesa do empresário em dezembro de 2014, sob alegação de que Flávio estaria sendo parcial na condução do processo. O juiz foi flagrado dirigindo o Porsche do empresário, guardado em sua garagem particular após a apreensão dos bens de Eike e da ex-mulher dele, Luma de Oliveira.