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Pais de ex-'The Voice Kids' lamentam falta de eventos para cantores jovens em Salvador

Por Júnior Moreira

Pais de ex-'The Voice Kids' lamentam falta de eventos para cantores jovens em Salvador
Montagem: Bahia Notícias

Além de toda a importância histórica para o Brasil e suas belezas naturais, Salvador também é conhecida por ser um berço de artistas. Como se sabe, a capital baiana catapultou a carreira de nomes como Gil, Caetano, Raul Seixas, Daniela, Ivete e Pitty. Ou como o apresentador Fausto Silva, da Rede Globo, costuma dizer: “A Bahia é um Estado disfarçado de gravadora”. Do Axé ao Rock, tudo tem representatividade aqui, claro que em diferentes proporções. Porém, apesar de ser considerada essa terra musical, um fato tem chamado a atenção de pais dos jovens artistas da casa, que fizeram sucesso nas duas temporadas “The Voice Brasil Kids”: Falta de eventos grandes para as crianças. O cantor Brunno Pastori, 13 anos, foi um dos destaques da última edição da competição global e, apesar de ainda estar colhendo os frutos da participação, já percebe essa deficiência no mercado. “Acho que realmente falta o incentivo para as artes, principalmente para as crianças. Coisas grandes, sabe? São sonhos que estão começando, como o meu, e apoio é importante. Pra que isso se realize; para que a gente se descubra, é preciso mais compartilhamento de festas aqui”, contou ao Bahia Notícias.

O posicionamento do adolescente é acompanhado pelo pensamento de sua mãe, Marcelle Pastori. “A coisa aconteceu tudo agora. Algumas poucas iniciativas trazem esse conforto para o futuro, como o próprio Sarau Kids realizado por Brown. Mas é difícil pra gente. O Brunno não tem assessor, não tem conhecidos famosos, não é amigo de Saulo, por exemplo. É tudo pelo talento dele, sabe?”, adverte e destaca também a falta de competições, como festivais, para preparar artistas-mirins. “Lá no sul é comum. Tenho mantido contato com as mães de outros kids e elas me contam isso. As crianças aprendem a lidar com decepção e a perder. Isso é importante para o desenvolvimento do talento delas. Acho que poderiam ter mais espaços para serem preparadas para a vida adulta”, salienta. O músico Cicinho de Assis, pai de Julie de Assis, 15 anos, que esteve na primeira edição da atração infantil, em 2016, reforça a impressão da falta de mercado, principalmente após passar a etapa de visibilidade pós-programa. “As coisas não acontecem de uma hora para outra. Tem que falar a verdade, né? Ela tá buscando esse lugar. Acho que pela questão da idade, os empresários não fazem tantos eventos. As crianças de hoje chegam com talento absurdo, mas está faltando espaço. Isso me preocupa enquanto pai. No caso de minha filha, ainda tem a questão da música que ela canta, pois apesar de tudo, Julie não foca em canções para o 'povão'”, lembrou.

 

Com falta de opções para o mercado musical infantojuvenil, muitos artistas começam a alcançar maior espaço em festas quando atingem a maioridade. É o caso de Lucas & Orelha. Os meninos, que ficaram famosos ao vencer a 2ª edição do “Superstar”, em 2015, decidiram sair da cena soteropolitana, mudaram-se para o Rio de Janeiro e estão se tornando presença cativa em eventos da região Sudeste. “Sentíamos a falta de espaço e shows para a faixa teen, justamente a parcela que formava a maior parte do nosso público. Era muito difícil de ver isso em Salvador. Tipo, fizemos eventos com a Timbalada, mas só podiam entrar maiores de 18 anos. Então, nossos fãs de  12, 14 e 15 não podiam participar”, lembra Lucas, que atualmente está com 21 anos, 2 a mais que seu companheiro, Orelha. “Aqui no Rio e em São Paulo por ter mais oportunidades de shows, os fãs menores conseguem estar mais presentes. Conseguimos ter esse contato mais forte do que em Salvador. Falta oportunidade e investimento”, finaliza.