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'É preciso sair do lugar comum', diz Tuca sobre clipe dedicado à avó portadora de Alzheimer

Por Bárbara Gomes

'É preciso sair do lugar comum', diz Tuca sobre clipe dedicado à avó portadora de Alzheimer
Foto: Divulgação
Em carreira solo desde 2011 quando deixou a banda Jammil, o cantor Tuca Fernandes se inspirou na avó Eliza para lançar o seu videoclipe mais recente: “Toda manhã”. A canção é de Filipe Escandurras, e poderia ser interpretada como um amor entre um casal, mas o cantor preferiu usar os versos para homenagear sua vó que faleceu há 22 anos e era portadora de Alzheimer. “Quando eu percebi que minha vó estava com a doença, ela já estava no fim da vida, velhinha, com 84 anos e já meio frágil. Mas eu nunca me esqueci dela. Eu sou espírita e já tive vários sinais de que ela veio me visitar. Teve um ano que eu não lembrei do aniversário dela, que era em agosto, aí eu acordei com o despertador com a data piscando. Eu não costumo mexer no despertador. Eu liguei pra minha mãe chorando, pois minha vó tem uma ligação muito forte comigo”, explicou.


O Alzheimer é uma doença degenerativa mais comum em idosos, tendo como característica principal a perda de memória. A doença já foi relatada em filmes, como “Amor” (2012) e “Longe dela” (2008). Tuca disse que pesquisou muito sobre a doença e percebeu que as matérias encontradas eram pessimistas: “Muito pra baixo, depressivas”. Com isso teve a ideia de expressar as memórias afetivas por meio da música e mostrar o Alzheimer de uma maneira mais leve. “A minha viagem era passar outra mensagem: de felicidade e alegria. Eu queria fazer uma coisa diferente. Porque é preciso sair do lugar comum. A atriz, Gessi Farias, que representa minha vó no clipe conseguiu passar esse olhar. O diretor Zuc Ramos também entendeu a minha ideia e conseguiu mostrar a subjetividade nas cenas”, contou.   

 

Apesar de ter lançado em paralelo com o clipe uma campanha nas redes sociais “Cultive o amor toda manhã” para o cuidado com portadores de Alzheimer, Tuca negou que o vídeo seja um projeto para falar de uma questão social ou de saúde. “Essa música não é um projeto que vou seguir. É uma experiência pessoal. Eu interpretei porque passei por essa experiência, então fiz uma releitura. Se me pedissem pra falar de outro tema não sei se falaria muito bem por que não vivi. É muito pessoal. Mas estou experimentando essa ideia. O bom é que as pessoas estão entendendo a mensagem”, explicou.
 
Nessa de experimentar, o cantor que se destacou durante muito tempo cantando Axé, atualmente tem diversificado o ritmo, misturando o pop com o reage. Ele classificou a música “Toda manhã” como um reage baiano, marcada pela percussão eletrônica. “O Axé se reinventa e é bem aberto. Cabe uma pegada mais samba reage, mais pop. Eu sou cantor de axé cantando pop. É interessante essa mistura. Uma vez Luís Caldas chegou a me dizer que eu sou a parte rock and roll do Axé. As coisas mudam e a gente tem que se reinventar”, concluiu.