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Com 20 milhões acessos mensais, CEO do Fit Dance diz como faz todo mundo ‘meter dança’

Por Aymée Francine

Com 20 milhões acessos mensais, CEO do Fit Dance diz como faz todo mundo ‘meter dança’
Foto: Reprodução / Instagram
Nos colégios, nas festas, na academia: por onde se passa em Salvador é possível ouvir falar no ‘Fit Dance’. Com mais de 170 vídeos postados em seu canal do Youtube, a empresa que promete levar diversão para seu público, surgiu com o objetivo de unificar o universo da dança em um único projeto que seria bom para todos.  Em conversa com o Bahia Notícias, Fábio Duarte, CEO do grupo, falou sobre o sucesso do negócio, o assédio e como, em um ano, eles conseguiram mais de 60 mil alunos em todo Brasil.
 
“O grande sucesso do Fit Dance é porque ele não é um grupo. A gente é um programa de aulas, um programa de bem-estar. O mercado da dança era meio desunido, né? Cada professor queria ser melhor do que o outro, cada grupo de dança queria aparecer mais. Os grupos de dança não faziam coisas juntos, porque cada um queria correr atrás de tentar aparecer. E aí a gente viu que precisava criar uma coisa que unisse mais a dança, e daí a ideia do programa, e não de um grupo. Onde todo mundo poderia fazer parte”, começa ele, descrevendo o Fit Dance. “Então, tivemos a ideia de criar um programa que acredita muito na unidade das coreografias. Então isso gerou maior integração entre as pessoas, todo mundo do Brasil dança a mesma coisa. Se você for fazer uma aula de fit dance em São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Salvador, todo mundo sabe as coreografias, eles conseguem se divertir mais. Esse foi o grande sucesso”, explica o publicitário, que também é dono de uma das maiores agências de publicidade de Salvador – detentora de cases junto aos grandes, como Youtube e Ambev.
 

 
Nos últimos meses, o Fit Dance passou a participar de eventos e visitar colégios como forma de integração e divulgação. Cada momento como esse mostra a extensão do crescimento da empresa, que completou três anos em 2015. “Agora, todo mundo vai na escola, mesmo que dance em academias diferentes, more em bairros diferentes eles podem dançar juntos – porque todo mundo sabe a mesma coisa. Se a menina vai pra uma festa, não importa onde ela malha, dança, ela vai poder dançar a mesma coreografia das outras meninas também. Então todo mundo começou a se integrar mais e viver a dança como um todo. Do mesmo jeito, os instrutores, porque eles agora podem ser amigos. Um vai pra aula do outro, conseguem fazer eventos juntos e tudo. Porque eles montam e fazem parte da mesma coisa”, diz ele, destacando o ideal de todo o projeto.

Para quem conhece o universo, é possível relacionar o sucesso do projeto com o antigo ‘Troupe Dance’ – grupo nascido em Porto Seguro que dançava nas barracas de praia e acabou famoso quando os turistas que visitavam a cidade voltavam com as coreografias e sucessos da Bahia gravados. “A Troupe Dance era justamente o oposto. Porque o público gostava deles, mas todos os outros dançarinos queriam ter suas próprias coisas. Então não rolava uma repercussão, uma divulgação de marca em massa. Porque os instrutores e professores que são os disseminadores da dança e da marca. A Troupe era um grupo conhecido, os artistas gostavam, mas não tinham o network de 50mil alunos dançando o tempo todo, fora a força digital que a gente tem”, diferenciou Fábio destacando um outro ponto forte de seu negócio: a divulgação de marca.
 

 
Apesar do tempo de existência, o Fit Dance só ganhou notoriedade e espaço nas casas e academias em 2015, o que Duarte explica como resultado de uma estratégia de crescimento traçada após o fortalecimento entre os professores. “A gente tem quase três anos. O sucesso mais forte ficou agora quando a gente tornou nosso canal, nossos vídeos, públicos. Porque antes a gente fazia os vídeos públicos na época do carnaval, e os de coreografia ficavam só pros instrutores internamente. Então eles sabiam as coreografias e faziam na academia. Este ano, a gente optou por uma nova estratégia de marketing, mais forte, que divulgasse os vídeos públicos no Youtube. Então isso fez com que tivéssemos o sucesso que tá aí”, contou ele.
Outro destaque do programa é que, diferente da maioria dos grupos de dança que já existiam no estado, ele não apenas tem coreografias de canções regionais, mas sertanejos, funk e até pop internacional – como é o caso da recente ‘Sorry’, de Justin Bieber. “É porque o Fit Dance não é um programa que veio pra revitalizar a música da Bahia, é um programa de dança. Então, realmente a gente tem menos músicas da Bahia do que poderia. Porque a gente tem vinte e poucas cidades com fitdance, só umas 4 ou 5 são no Nordeste. Então o resto todo do brasil consome outras coisas. Então a gente é bem mesclado”, justifica ele, contando que mesmo assim eles ajudam a inserir músicas locais aonde elas antes não tinham poder de inserção. “A gente trabalha com dança, acho que nessa hora o preconceito cai um pouco. Todo mundo tá dançando tudo. Então, o cara, mesmo que ele não acesse, conheça ou tenha costume, na aula de dança ele começa a se envolver. Mas o que a gente percebe é que outros ritmos fora a coisa do pagode e tudo mais, se tornaram mais dançantes”, contou ele.

 

 
Fazer do Fit Dance uma ferramenta de inserção da música local em todo o país, também estava no planejamento do CEO desde o início do negócio. “A gente tem feito alguns cases de sucesso. Tanto que os artistas, depois disso, começaram a perceber que a gente é uma ‘plataforma de lançamento de artistas’. Temos uma entrega que, às vezes, nenhuma rádio consegue ter. Se você pegar aí, 50 mil alunos, que escutam uma música 3 a quatro vezes por semana, durante seis meses, isso gera mais que 3 a 4 milhões de impactos. Sendo que isso é no Brasil todo e a pessoa não está só ouvindo a música, ela tá dançando. Fora o que a gente gera de visualização na internet, não sei quantos milhões de views em um vídeo...” diz ele trazendo exemplos. “Alisson Max e a Vingadora, mesmo, eles com certeza terão esses impactos. Pra um artista local atingir isso no país todo, é muito difícil. Quando eles começaram a perceber isso, passaram a fazer cada vez mais parceria com o Fit Dance”, conta ele, citando as promoções, shows, participação em vídeos, entre outros.
 
O que Fábio, que é conhecido como ‘Molejo’ pelos amigos, não esperava, é que acabaria ganhando fama e se destacando entre o público – que acabou virando fã. “É difícil eu dizer que a gente tá ficando famoso né? Mas assim, o reconhecimento tá me surpreendendo muito. Por exemplo, esses dias eu tava em Riberão Preto fazendo um curso e andando no meio do shopping e vieram umas 4 pessoas querendo tirar foto comigo. Fui pra Aracajú, tava na Centauro pra comprar um tênis, tirei mais de 20 fotos lá dentro. Tipo, em Aracajú e eu sem nenhuma roupa do Fit”, conta ele, impressionado. O rapaz diz que acredita que essa ‘fama’ é causada pela ‘felicidade’ que as pessoas sentem em dançar. “Eu imaginava que a empresa Fit Dance ia crescer muito, mas nunca imaginei que a figura do dançarino, do bailarino, iria virar uma personalidade. Não só eu e Lorena [Improta, uma das principais caras do grupo], mas todos estão bem, sei lá, ilustres. Os instrutores de dança eles são amigos dos alunos, porque é o momento de maior alegra do dia da pessoa, às vezes, é estar dançando. Então, assim, quem é que proporciona o momento de maior alegria da pessoa? Eu, Lorena, Juliana, e os outros dançarinos da gente”, supõe.
 
Perguntado sobre os números e o trabalho que o Fit Dance gera, Duarte não esconde nada. “Bom, a gente já tem perto de 800 instrutores no brasil, estamos em vinte e poucas cidades, a gente já gera mais de 20 milhões de views por mês, a gente tem uma linha de roupas, aulas todos os dias no Brasil, então, virou uma empresa que já me dá muito, muito trabalho (risos)”, enumera ele, que também faz questão de dizer que o programa não quer ser fitness. “O foco do fit dance não é a perda de calorias, ou treinamento. O fit não é um programa de fitness. Não é algo relacionado a atividade física pra deixar a pessoa mais malhada e etc. A gente é um programa de bem-estar e diversão”, destaca.
 

 
Para 2016, o grupo irá sair, pela primeira vez na história, com um bloco exclusivo de dança no carnaval de Salvador. O bloco ‘Fit Dance’ foi criado em parceria com o ‘Papa’ e será puxado pela banda Babado Novo – que também está prestes a lançar a coreografia que o grupo fez para sua música de trabalho. Caminho já traçado por Psirico, Duas Medidas, La Furia, Gabriel Diniz, Trio da Huanna, Papazoni e outros artistas locais. “Em breve, a gente vai fazer uma reestruturação no nosso canal, pra 2016, são várias novidades. Ele vai ter inda mais entretenimento pra quem gosta de dançar”, relata Duarte.
 
Em uma avaliação da capital da Bahia, Fábio diz que acredita na dança como uma possibilidade de mudança da atitude do público baiano nas festas do verão. “O público estava acostumado em Salvador a ir pra festa só pegar o balde de bebida e ficar curtindo. Estava um pouco sem novidade, sem entretenimento. Culturalmente as pessoas vão as festas na Bahia muito pelo evento e não pelo artista. ‘A festa vai ser top’, ‘A festa tinha gente bonita’. Não importa se a música é boa ou ruim, só se a festa tá cheia. Acho que com a dança, as pessoas vão se importar mais com outras coisas. Isso vai fazer com que extrapole também com que as pessoas parem essa coisa de dançar só na academia... porque o cara sabe a coreografia, e fica doido pra mostrar na rua”, finaliza ele.