Pai de Cristiano Araújo fala sobre morte de cantor: 'Me culpo muito'

João Reis, pai do cantor Cristiano Araújo, deu entrevista ao programa A Hora do Faro deste domingo (5) sobre a morte do filho em um trágico acidente de carro no último dia 24. Em meio às lágrimas, ele afirmou que sente culpa por não ter ido ao último show do cantor.

 

"Não entendo, porque eu vou a todos os shows. Eu estaria em outro carro. Se eu estivesse atrás, eu poderia ter tomado algumas atitudes diferentes. Uma coisa é um pai tomar uma decisão, outra coisa é um amigo, um empresário. Demorou muito pra chegar em Goiânia. E ele foi primeiro pra um hospital que não tinha condições de atender. Me culpo, me culpo muito! Eu quis estar com ele em todos os momentos e no pior eu não estava", disse João. Após o acidente, o cantor havia sido levado para um para um hospital de Morrinhos e só depois foi encaminhado para a UTI em Goiânia. Ele também exaltou o carisma do filho.

 

"Ele tinha um brilho incrível nos olhos e no sorriso. Em todos os lugares onde ele estava, era como um chamariz. Todas as pessoas ficavam ligadas nele. E, de repente, ele estava naquele lugar escuro, sem ninguém olhando para ele, sem o brilho que ele sempre transmitia.... Apagaram um sorriso, uma alegria. É isso que me faz sofrer. Acho que um pai que perde um filho nunca mais vai ser feliz", declarou. Ele ainda revelou as reações dos filhos de Cristiano, de seis e dois anos, ao saberem da morte do pai.

 

"Nós contamos para o João Gabriel [o mais velho]. Até ligamos para uma psicóloga para saber a melhor forma de falar. Contamos, mas ele se fez de desentendido. Na hora de dormir, a mãe dele perguntou se ele queria ir ao cemitério ele disse que tudo bem. Mas logo depois, ele virou e perguntou: 'Mãe, mas o meu pai não vai vir aqui em casa hoje, não?'. No dia seguinte, ele acordou e falou: 'Mãe, vamos mudar os planos? Ao invés de ir no cemitério, vamos ao cinema? Ele criou uma barreira. Trouxe ele [Bernardo, o mais novo] aqui na casa do pai dele, subi para o quarto do Cristiano para falar com ele. Mas meio que desabei. Peguei o Bernardo no colo, abracei e chorei por uns três minutos. Ele ficou quietinho. Mas quando fui falar com ele, ele deu um grito forte e começou a chorar muito forte. A mãe dele subiu, não tive como contar", contou. João disse, ainda, que sonhou com o filho machucado antes de sua morte.

 

"Nos últimos dias tive uns pesadelos. Sonhei que ele tinha parado de cantar, estava usando drogas. Cheguei a vê-lo caído no chão, machucado. Não tive coragem de contar isso pra ele", detalhou.