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'São João está mais comercial do que cultural', diz cantor do Estakazero

Por Aymée Francine

'São João está mais comercial do que cultural', diz cantor do Estakazero
Banda é liderada pelo cantor Leo Macêdo. Foto: Bruna Castelo Branco / BN
Com 14 anos de história, a banda Estakazero se prepara para dar a largada de mais um São João. Neste sábado (25), às 22h, o grupo fará um show no Boteco do Gaúcho para gravar um novo disco para a temporada de festas juninas 2015. Líder da banda, Leo Macêdo esteve no Bahia Notícias para falar sobre os festejos de meio de ano e as mudanças no mundo forrozeiro. "É um momento especial para todo forrozeiro, a chegada desse período de abril até julho. A correria é muito grande e para a gente não poderia ser diferente. A Estakazero está realmente a todo vapor, fazendo vários shows e com a agenda bem cheia", contou o cantor, que ainda enfatiza a importancia do período para o ritmo. "Todo mundo fala que o forró ganhou o mercado, não é mais um ritmo ouvido apenas no São João. Mas a gente sabe que no São João a valorização dos artistas é muito maior, a agenda fica muito mais cheia, a mídia procura os artistas, a música é mais escutada, nosso trabalho é mais reconhecido. Então é um momento especial para todo forrozeiro, a chegada desse período de abril até julho", desabafa.
 

 
O Estakazero surgiu em 2001, fazendo sua primeira turnê junina no ano seguinte, já com 42 shows apenas no mês de junho. Entre 2003 e 2004 lançaram o primeiro álbum "Botando o Pé na Estrada" fazendo sucesso com hits como "Encosta Ne'u", "Janaína" e "Sapatilha 37". "Não tem segredo, é trabalho mesmo, né? A gente se dedica, eu sou totalmente dedicado a essa função. Além de cantor, eu também sou diretor artístico da banda, faço toda a pesquisa de repertório, todo o trabalho passa pela a minha mão. Existe uma identidade, cuidado, comprometimento. É um trabalho que eu faço com muito amor e dedicação, e eu acho que o resultado é esse", conta Macedo sobre o fato de a banda manter seu sucesso mesmo após tanto tempo. O baiano destaca também que foi preciso mudar. Ao ultrapassar a marca de 10 anos, a banda procurou acompanhar o segmento artístico e se reinventar.
 
 
"A gente sabe que a faixa etária do público que vai pra rua é entre 20 e 30 anos. Depois o cara casa, agora ele não vai mais pra festa, vai pro cinema, tem filhos. E o público jovem vai se reciclando, se renovando, e a cada ano você tem um mercado novo, uma galera nova na rua, que está com outros anseios, ou tem outra linguagem, outras formas de se divertir. Então a gente sentiu, quando fez 10 anos de carreira, essa necessidade de se transformar, se reinventar. A gente completou a banda, não tinha guitarra, não tinha teclado, passamos a colocar esses elementos sonoros porque a gente entendeu que precisava se renovar, para ter uma renovação de público e continuar trabalhando", fala Leo sobre a mudança. Ainda relacionado a mudança de público que destaca, o intérprete de 'Lua Minha' acredita que misturar ritmos não seja um problema para a banda. "Sertanejo, arrocha e forró se misturam muito na música hoje em dia. E isso realmente é um fenômeno, tanto que nos shows a gente toca. Em uma parte a gente faz arrocha, outra de sertanejo. Pra agradar a galera, o jovem. Lógico que a gente não perdeu a nossa essência, a gente toca nossas músicas de sucesso, de desde o início da carreira. Eu costumo inclinar mais o show, né? A depender do local a gente faz mais um show de forró autêntico, pra um público mais jovem, a gente direciona", enfatiza.
 
 
Depois de um tempo sem novos sucessos, a banda lançou em 2011 o single "Balada (Tchê Tchê Rere)", que pouco tempo depois foi regravado por Gustavo Lima e se tornou hit internacional na voz do sertanejo. Sobre o assunto, Leo conta que tem orgulho de ter iniciado a história da canção."Eu acho, na verdade, que nem Ivete Sangalo, teve uma música tão estourada no mundo inteiro. Europa, Estados Unidos. Fico orgulhoso né? Ter descoberto essa música, gravado ela pela primeira vez... O compositor (Cássio Sampaio) foi um cara que eu descobri também. Dez anos antes de balada, ele compôs ‘encosta n’eu’. E nunca tinha sido gravado antes disso. Acho que é isso aí, os artistas hoje ficam muito nessa briga. Eu não tenho essa preocupação, acho que porque a gente não foi uma banda de uma música só", disse. Mas Leo não deixa de contar que a concorrencia é 'impossível' quando há interesse de grandes produtores. "A música anda muito mais rápido que o artista. Não tem como a gente disputar com Gustavo Lima. Mega estrutura, o maior empresário do Brasil, que é o mesmo de Jorge e Mateus. Ele viu que a música tava fazendo sucesso aqui no Nordeste, gravou e bombou. A gente aceita isso. Eu tô feliz, satisfeito como meu trabalho, não tenho aquela coisa de ficar com inveja do que é dos outros", destaca.
 
 
No próximo dia 08 a banda reinicia os "Ensaios de São João", que já se tornaram tradição em Salvador e, este ano, acontecerão na Arena Fonte Nova. A banda contará com convidados especiais em todas as edições, além do show da banda Pra Casar. Ainda sobre o São João, Leo comenta o crescimento das festas em maior proporção do que as próprias bandas de forró. "É o maior São João do Brasil, aqui né? O São João hoje está mais comercial do que cultural. Cresceu muito, a festa cresceu mais do que os artistas de forró, digamos assim. É questão de demanda de mercado. Você tem muita festa, festas muito grandes... Antigamente eram algumas cidades que faziam. Cachoeira, Cruz das Almas, Senhor do Bonfim. Ai depois veio Jequié, as festas de camisa cresceram muito, se tornaram muito grande. E o movimento do forró não acompanhou. Aí vieram os interesses dos prefeitos também, de agradar o povo", diz. Atualmente a banda trabalha com a música "Eu não sou de ninguém", e promete muito forró eclético neste são joão."Quando a gente tá no palco o que eu mais gosto de fazer é animar o publico. Eu tô no palco para cantar para o público. É isso que a gente vai fazer", finaliza o cantor.