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Entrevista

Após Salvador Fest 2016, produtor admite mudança no público: 'Inserção da classe A'

Por Bárbara Gomes

Após Salvador Fest 2016, produtor admite mudança no público: 'Inserção da classe A'
Foto: Divulgação
O Salvador Fest surgiu em 2005 para reunir os bairros da cidade em um grande evento musical, ficando marcado pela diversidade de ritmos e por uma clientela popular. Mas nos últimos três anos, o público que usa as tradicionais camisas coloridas da pista tem diminuído e os camarotes, por sua vez, têm sido mais frequentados. “Estava dentro do esperado, porém tivemos um déficit na pista. Talvez por causa da crise o público popular pode estar sofrendo mais”, refletiu. O organizador da festa, Marcelo Brito, após a 11º edição do evento que aconteceu no domingo (18), avaliou que há uma mudança no perfil dos adeptos ao Salvador Fest, exigindo um investimento maior nas áreas Vips. O produtor contou ainda sobre o desenvolvimento do evento no cenário baiano e explicou como aconteceu a parceria com o Multishow para a transmissão, ao vivo, das apresentações: “Eles entenderam a grandeza do Salvador Fest”, comemorou.
  
Depois de 11 anos organizando o Salvador Fest, já está acostumado ou a cada ano tem aquela preocupação para que ocorra tudo dentro do planejado? 
A ansiedade é a palavra certa, pra que tudo dê certo. A gente se preocupa com os mínimos detalhes e isso requer mais tempo, muita reunião, muito esforço pra que tudo seja feito da melhor maneira possível. É uma cidade que construímos pra um dia de festa; todos os setores, imprensa, segurança, serviço. É bem delicado e bem estressante.
 
No atual cenário econômico, muitos organizadores têm se queixado do alto custo para fazer uma festa. Na região de Salvador alguns eventos deixaram de ser realizados, a exemplo do Sauipe Folia. Qual o diferencial do Salvador Fest neste ponto? 
Eu acho que a marca do Salvador Fest foi bem vista pelos baianos. Virou um desejo do público em curtir, de comprar a camisa, mandar enfeitar, customizar. As pessoas se reúnem e fazem o esquenta antes da festa. Há uma paixão envolvida pelos baianos com o evento, isso fortalece. E da forma como fazemos, temos adquirido a fidelidade do público, principalmente dos camarotes. Isso é gratificante. O poder da marca tem uma associação muito forte com a identidade baiana. Por isso deve se manter por muitos anos.
 
Na produção da festa, de todas as atividades, contratação de banda, estrutura, divulgação, vendas, qual dessas exige uma preocupação maior? 
A contratação de bandas, pois temos que estar antenados à tendência do mercado ao que o público quer ouvir. Tem que ter um planejamento e requer muito tempo de antecedência analisando. Em um contexto geral, o sucesso depende das atrações.
 
Esse último evento contou com a transmissão do Multishow. Como aconteceu essa parceria? 
A gente vem buscando isso há dois anos. Tentamos e graças a Deus esse ano se concretizou. Eles entenderam a grandeza do Salvador Fest, entenderam que teriam um conteúdo pro canal já pago por nós, que já acontece com uma qualidade boa. Eles vieram pra somar. Perceberam a força do evento e se uniram a gente e isso foi conquistado com o entendimento e a confiança ao longo dos anos.

Foto: Divulgação
 

Foram 20 atrações e mais de 12 horas de música, quantas pessoas estiveram envolvidas nesse trabalho? 
Diretamente cerca de duas mil e quinhentas a três mil pessoas, entre: segurança, serviço, alimentação, portaria, técnica, serviço, imprensa. É muita gente envolvida diretamente. Já indiretamente isso deve triplicar ou até quadriplicar, pois tem ambulantes, as panfletagens, guardador de carro e todo o segmento que antecede o evento.

Quanto ao formato do evento nesse ano a festa contou com mais de um camarote, a proposta seria ampliar o público que frequenta esse espaço? 
A gente tem percebido uma inserção da classe A no evento de uma forma bem rápida. Nos últimos três anos o público mais elitizado tem adquirido. Por isso no camarote Glamour a gente ampliou algumas áreas pra propor uma oferta maior desse serviço, então fizemos o “Camarotinho” que foi open bar. Além disso, o backstage virou um camarote onde as pessoas viam os camarins. No geral, estamos fazendo alguns testes e percebendo o que esse público solicita.
 
E a estimativa do público nesse ano atingiu o esperado?
Tivemos cerca de 40 mil pessoas. Estava dentro do esperado, porém tivemos um déficit na pista. Talvez por causa da crise o público popular pode estar sofrendo mais.
 
Fazendo um balanço, o resultado dessa última edição foi satisfatório? 
Sim. Foi muito satisfatório porque evidenciou a qualidade da produção do evento e a transmissão do Multishow mostrou o verdadeiro Salvador Fest. O camarote foi requisitado, destacando com isso a qualidade. De um modo geral, não só a Salvador Produções, mas a cidade e o estado da Bahia está de parabéns por mostrar um grande evento pro Brasil todo.  
 
E agora, terminou essa festa já pensa na próxima? Quanto tempo leva pra organizar o Salvador Fest?
Na verdade ela não terminou, pois começa uma segunda etapa. Ainda temos reunião pra saber o que acertamos e o que podemos melhorar. É a fase de laboratório, reunião com todos os setores, pra ter tudo documentado pros próximos anos, com o objetivo de melhorar. Quando termina o evento, a gente dá um tempo pra começar a reserva da data, espaço, planejamento artístico, projeto. Um ano após o outro, a gente vai emendo pra começar a festa seguinte.

Foto: Divulgação