Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Holofote

Entrevista

Escandurras lança CD produzido por Márcio Victor e quer conquistar o Brasil: ‘muito feliz’

Por Aymée Francine

Escandurras lança CD produzido por Márcio Victor e quer conquistar o Brasil: ‘muito feliz’
Foto: Reprodução / Instagram
Poucos meses depois de ser anunciado como a nova voz da banda Filhos de Jorge, Filipe Escandurras anunciou que seu ciclo na banda havia chegado ao fim. O grupo o apresentou como cantor ao mercado que já o conhecia como compositor de grandes sucessos do pagode, axé, arrocha e sertanejo. Alguns exemplos são “Lepo, lepo”, do Psirico; “Tempo de Alegria”, Ivete Sangalo; “Fui Fiel”, Pablo; e “Eu não merecia isso”, de Luan Santana. Agora, o artista lança sua carreira solo com um álbum de dez canções, sete delas de sua autoria com amigos parceiros de composição. Além disso, o novo CD conta com a produção integral de Márcio Victor e participação de Solange Almeida, vocalista do grupo Aviões do Forró. Extremamente ‘eclético’, Escandurras conversou com o Bahia Notícias sobre a nova fase da carreira e disse que está disposto a conquistar o Brasil, desta vez como cantor. “A música retrata a realidade do que acontece com muitos brasileiros. Não só no Brasil, mas no mundo, o amor sempre vence. Estamos sempre buscando isso e, graças a Deus, está dando certo demais. Os artistas estão nos abraçando, estão acreditando em nossas mensagens e isso tem mudado muito nossas vidas”, comemorou ele. Filipe ainda falou sobre a recepção dos fãs e deu sua opinião sobre as críticas que recebe por compor para artistas de fora da Bahia.


------------------------


Você lançou na última sexta seu CD em carreira solo. Como foi sua saída do Filhos de Jorge?
Bom, na verdade não foi uma escolha. Aconteceram algumas concordâncias e discordâncias, que influenciavam no trabalho e em algumas nessas discordâncias eu acabei não concordando de verdade. Eu pensei nas coisas, minha carreira, minha música tava em jogo. Na verdade, Gileno falou que iria terminar a banda. Que não teria mais como manter, e eu não poderia parar com eles, né? Então eu dei segmento a minha carreira. Eu não saí do Filhos de Jorge, ele tinha me falado que a banda acabaria. Mas ele continuou, e eu fiquei muito feliz por isso, porque fortalece o movimento. Eu quis dar continuidade a minha carreira.

Neste novo trabalho, qual será o ritmo que irá aderir? Terá um pouco do samba reggae do Filhos de Jorge, mais pro axé, pagode...
Meu disco ele tá bem eclético. Eu tô cantando de tudo, porque tem sertanejo, arrocha, axé, pop. Eu brinco que esse disco deveria ser chamado de ‘Escandurras eclético’, porque ele tá bem diferente. Não tem como determinar um ritmo só. E essa é a minha intenção, daqui pra frente, tocar o que as pessoas querem ouvir, seja MPB, reggae, pop... Essa é minha meta.

Márcio Victor foi produtor do álbum, né? Sei que são amigos de longa data, você é compositor de muitas músicas de sucesso dele. Como foi essa parceria?
A participação de Marcio nesse disco, pra mim, foi genial. Porque ele mudou o conceito todo da coisa, cara. Eu tava com uns pensamentos na cabeça e Marcio conciliou com o tempo dele, que não tava viajando muito, e pegou pra assumir.  Foi uma benção de Deus, porque o resultado ficou incrível. As minhas músicas, músicas de amigos, e com a produção dele. Marcio é um cara que eu costumo dizer que é um mago da percussão, ele como diretor musical é incrível. Graças a Deus ele se empenhou e teve disposto a me ajudar e eu tô muito feliz com o resultado. Ele produziu o disco inteiro, gravou todas as músicas, soltou na bateria, dirigiu também, colocou na harmonia o que queria e o que não queria. Foi sensacional.

Agora, com o CD lançado, quais são os próximos passos para divulgação desta nova fase na carreira?
Eu tô fazendo algumas parcerias e provavelmente devo estar lançando o show novo, da carreira nova em setembro. O disco eu já lancei, mas eu digo o show desse álbum, devo lançar em setembro, ainda não sei o local exato que vamos fazer isso. Eu tô em São Paulo, compondo com o Luan, que eu tenho parceria desde que saí de lá, né? A gente continua parceiro, fazemos muitas músicas juntos. Agora eu tô aqui compondo com ele, Matheus [da dupla com Kauan] e com Thierry, que a gente vai lançar um projeto muito bom futuramente.

Com o Matheus, inclusive, você tem uma parceria na música “Vai que Cola”, que foi sucesso neste verão, não é? Ela foi regravada agora?
A música foi regravada pelo “Melanina Carioca” e eu regravei ela, também, com a Solange [ Almeida] do Aviões [do Forró]. Inclusive eu soltei um vídeo cantando com Solange no estúdio, foi bem legal. É engraçado que as pessoas pensam que essa música é minha, mas ela é só do Matheus. A parceria nela foi de ele me permitir gravar, que foi massa, mas ela é 100% autoral dele.

Neste Carnaval de 2016, você teve oito músicas relacionadas a seu nome em destaque, tanto enquanto compositor, como enquanto cantor. Como foi esse momento da carreira pra você?
Eu fico muito feliz, porque a música baiana está se destacando de alguma maneira, né? Mesmo que seja pelos compositores, como eu e Tierry. Isso é muito gratificante pra gente, nos motiva também a acreditar que a gente pode, além de como compositor, estourar no Brasil como cantor. Porque a gente sempre busca a linguagem do povo, né? A linguagem cotidiana, a realidade que as pessoas querem ouvir e que realmente acontece. Ou, na maioria das vezes, se não acontece que a gente tem vontade que aconteça em nossas vidas. Por exemplo, um homem dar café na cama todos os dias para uma mulher. Isso é muito difícil de acontecer, mas toda mulher quer que isso aconteça. Então, é bom você ouvir uma história meio que surreal, né?  A gente tá buscando sempre entender o povo e fazer com que o povo nos entenda em nossas canções. Graças a Deus tem dado muito certo. A música fala disso, ela retrata a realidade do que acontece com muitos brasileiros. Não só no Brasil, mas no mundo, o amor ele sempre vence. Você pode ver outras músicas ai da gente também, estamos sempre buscando isso e graças a Deus está dando certo demais. Os artistas estão nos abraçando, estão acreditando em nossas mensagens e isso tem mudado muito nossas vidas.

No seu novo álbum, as músicas são todas de sua autoria?
É uma parceria, na verdade. Tem 70% músicas minhas, porque são 7 minhas, com parceiros. Tem música com Tierry, com Matheus, com o pessoal da Melim, de Marquinhos Maraial, de Gigi. É um disco eclético em todos os sentidos. Eu poderia gravar um disco 100% autoral, só de músicas minhas, mas eu quis misturar mesmo, em todos os sentidos. Tem música de Luan Santana nesse disco também, a faixa 8, “Cereja do Bolo”, que é minha e dele. A gente fez essa mistura, tá muito legal.

Com a grande presença de compositores baianos no universo sertanejo, comumente encontramos alguns artistas locais os citando em críticas relacionadas a uma crise no axé e na música baiana. O que você pensa disso?
Eu estou disposto a compor para todos os artistas. Não apenas sertanejos, mas do Brasil inteiro. Tem banda da Zona Leste de São Paulo, que ninguém nunca ouviu falar o nome e tem música minha lá. Só é os artistas nos procurarem que a gente tá disposto a ter músicas com eles. A gente não tá tirando o que é nosso pra dar pra ninguém, eu sou compositor, quero ver minhas músicas no mundo. Falar isso acaba até sendo egoísta, porque tem música com Ivete, Bell, Durval. Acontece que o trabalho que o sertanejo faz é bem diferente do pessoal da Bahia. E aí acaba que a música acaba se destacando mais e tendo um espaço bem maior. Até por questão de investimento também, os caras investem R$ 1 milhão, R$ 2 milhões em rádio e em Salvador é difícil das pessoas fazerem isso, até por questão de ter os recursos mesmo. Não é que a gente tá tirando o patrimônio nosso e dando pra alguém, a música continua sendo minha. Não é da Bahia, a música é minha. Eu sou da Bahia e tô passando minha música pro Brasil. Eu tô disposto a sempre passar minha música pra quem desejar.

Acho esses comentários completamente desnecessários, não existe isso, pelo amor de Deus. É complicado sobreviver aí em Salvador, quando não as pessoas não querem gravar a música da gente, não querem dar valor. E aí quem vem de fora dá valor pra gente. Patrimônio de Salvador é o Elevador Lacerda, eu sou um compositor, não sei se quero um dia ser um patrimônio. Talvez. Mas hoje minhas obras geram patrimônio pra mim, pra minha família, pra quem gosta de mim, pra quem me segue e gosta do meu trabalho independente de qualquer artista que esteja interpretando. Seja Luan Santana ou outro.

Como fio a repercussão entre seus fãs da mudança do “Filhos de Jorge” para “Filipe Escandurras”? O pessoal continua te acompanhando?
Algumas pessoas ficaram sentidas, por conta de já seguir a banda e estar feliz com o que estava acontecendo e ai quando eu saí perguntaram: ‘poxa, não demorou nada?’. Mas elas estão se adaptando a esse meu novo trabalho, escutaram o disco e tão gostando também. Quem realmente gosta de mim estão me seguindo, isso que importa, está maravilhoso. Vejo o resultado. Só mudou mesmo o nome, continuo o mesmo. O Filhos de Jorge está gravando uma música minha agora, em parceria, também, o pessoal vai gostar também.